O pedido foi em reação às notícias sobre a existência de um programa que permite aos serviços de segurança dos EUA a monitorar telefonemas e e-mails
Em reação às notícias sobre a existência de um programa que
permite aos serviços de segurança dos Estados Unidos monitorar telefonemas e
e-mails, a empresa do setor de internet Google pediu às autoridades
norte-americanas autorização para tornar público um relatório sobre as
informações de usuários que repassou, a pedido, ao governo Barack Obama.
Outros envolvidos no assunto, como a Microsoft e o Facebook,
já fizeram ou estudam adotar a mesma medida. Todas, no entanto, negam que
tivessem conhecimento prévio sobre a existência do programa Prism (sigla em inglês
para Métodos Sustentáveis de Integração de Projetos).
Em um comunicado enviado ao secretário de Justiça, Eric
Holder, e ao diretor do FBI (a Polícia Federal norte-americana), Robert Müller,
o diretor jurídico do Google, David Drummond, sustenta que a divulgação de um
relatório permitirá à empresa provar que o número de pedidos atendidos,
principalmente, os de quebra da confidencialidade, é muito menor do que o que
vem sendo divulgado pela imprensa mundial.
"O Google não tem nada a esconder", garante
Drummond no comunicado. "Nossos números mostram claramente que o
cumprimento dos pedidos está muito aquém do que vem sendo solicitado pelos
serviços de inteligência norte-americanos".
Entenda a notícia
As informações de que a Agência Nacional de Segurança dos
Estados Unidos (do inglês, NSA) e o FBI tiveram acesso direto ao banco de dados
de empresas dos setores de internet e telefonia vieram a público na última
sexta-feira (7), por meio de matérias publicadas pelos jornais The Guardian
(britânico) e The Washington Post (norte-americano). De acordo com as duas
publicações, as companhias sabiam do acesso dos agentes de segurança aos seus
servidores.
As revelações abriram um debate sobre a relação entre
privacidade e segurança nacional. No mesmo dia da publicação das matérias do
The Guardian e do The Washington Post, o presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, apressou-se a negar que as conversas telefônicas ou o conteúdo dos
e-mails de cidadãos norte-americanos estivessem sendo verificados. Obama
garantiu que o Congresso autorizou a execução do programa de vigilância das
comunicações e disse que, com os Estados Unidos ainda sob ameaça de ataques
terroristas, é indispensável ao país firmar um "compromisso" entre
segurança e vida privada.
Ao ser perguntado sobre o assunto, na segunda-feira (10), o
primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, também declarou que o
serviço de inteligência de seu país, o GCHQ (do inglês, Government
Communications Headquarters) só age "dentro das leis".
Do S1 Notícias
Agência Brasil