“Não cato piolho na cabeça dos outros nem me pagando”, diriam 9 em cada 10 pessoas
A carioca ganha a vida procurando os insetos, fio por fio,
no cabelo de crianças, adolescentes e até de adultos. Isso mesmo. Sua profissão,
ela diz sem vergonha nenhuma, é catadora de piolhos.
– Não é bárbaro isso que eu faço? Eu combato uma praga! As
minhas filhas morrem de vergonha, mas eu nunca tive. Qualquer trabalho tem o
seu lado negativo – diz.
Apesar da vergonha, as três filhas são as “culpadas” por
Anna ter entrado de cabeça nesse negócio. Ela catava os piolhos delas e das
amiguinhas de escola com paciência de jó. Até que, há oito anos, seguindo uma
ideia da mãe, resolveu transformar em profissão o que para muitos é nojento.
A catadora de piolhos cobra R$ 70 por hora e atende na casa
dos clientes, permitindo que crianças assistam televisão, usem o computador,
joguem video-game ou façam o dever de casa enquanto ela trabalha.
– Com a correria do dia a dia, os pais não têm mais tempo de
olhar a cabeça do filho como se deve. É um trabalho muito cuidadoso. Se eu não
acabo com todos os piolhos, tiro 99% deles – garante Anna, que só não aceita um
tipo de cliente: – Eu não cato em quem tem dread. Nesse tipo de cabelo não
entra nem pente, como vou catar piolho? – brinca.
Do S1 Notícias
Folha do Sertão