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O desespero de uma professora em meio ao conflito
Fotos: Normando Sóracles/Agência Miséria
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Foi aprovado pela Câmara Municipal de Juazeiro do Norte um
projeto de autoria do prefeito, Raimundo Macedo (PMDB), que reduz em até 25% o
salário dos professores da rede pública do Município. Além disso, a carga
horária foi aumentada e diversos benefícios e direitos foram cancelados, tais
como as vantagens para professores próximos da aposentadoria ou que adquiram
doenças no exercício da profissão.
Durante a votação, ocorreram protestos organizados pelos
interessados. Houve conflito entre professores, v ereadores e policiais militares, envolvendo,
inclusive, cassetetes e sprays de pimenta. A despeito disso, o projeto foi
aprovado por 63% dos votantes.
Os manifestantes chegaram a invadir o plenário, sendo
contidos pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal. A aprovação deu-se sob
vaias de professores e simpatizantes. Quanto ao contexto nacional, emergem
manifestos por melhorias na educação pública, tanto por professores, quanto por
alunos e cidadãos de outros setores. Fato notável foi a greve dos professores
municipais em São Paulo, no mês passado.
A justificativa para a aprovação seria relativa à
necessidade de reduzir a "inviável" folha de pagamentos da
Prefeitura, alegando-se que o salário anterior seria superior ao piso pago aos
professores no Estado. Os professores replicaram que não deveriam ser
penalizados por isto, tendo em vista que a Prefeitura mantém inúmeros cargos
comissionados "desnecessários".
O piso estabelecido pelo Ministério da Educação para o
magistério é de R$1,56 mil. Os professores recebiam cerca de R$2,2 mil,
incluindo benefícios.
Qual é a sua posição a respeito? Os professores deveriam ser
penalizados por uma aparente má gestão nas contas da Prefeitura? O fato de
receberem acima do piso no Estado é uma justificativa para a redução? O piso
deveria ser aumentado? Há relação entre a qualidade da educação e o salário dos
professores? Opine e contribua para a construção do diálogo democrático.

Do S1 notícias
Lígia Ferreira /O Povo /Jornal da Educação