Pequenos Davi e Saulo completam dois meses de vida neste sábado. As crianças aguardam avaliação médica e procedimento cirúrgico para separação definitiva
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Karine Ramos e seus 3 filho Foto: Jedson Nobre |
“Foi como se o mundo tivesse caído sobre a minha cabeça.
Tinha visto casos assim apenas pela televisão e não conseguia acreditar que
isto poderia acontecer com meus próprios filhos. O médico tentou me acalmar,
mas, aos cinco meses de gestação, eu só conseguia chorar”, desabafa a mãe,
enquanto mostra a casa simples, com dois cômodos, localizada em uma escadaria
da comunidade. O pequeno Davi e seu irmão Saulo estão ligados pelo fígado e
aguardam um procedimento cirúrgico no Instituto de Medicina Integral Professor
Fernando Figueira (IMIP), onde nasceram.
O auxiliar de logística, Wilton Carlos da Silva, de 30 anos,
pai das crianças, está desempregado e revela que a família enfrenta muitas
dificuldades. “Minha única fonte de renda tem sido alguns biscates, que acabo
fazendo para conseguir trazer algum dinheiro para casa”, conta. Produtos como
fraldas descartáveis, lenços umedecidos, pomadas de assadura e roupas infantis,
estão entre as maiores necessidades no momento, mas a alimentação também é um
grande desafio para quem precisa suprir seis pessoas. “Os meninos não conseguem
mamar e estão tomando um leite muito caro, em torno de R$ 35, uma única lata.
Precisamos de praticamente tudo, de mantimentos a produtos de higiene. Toda
esta situação me faz perder o sono”, lamenta o genitor.
Com cerca de nove quilos, as crianças trazem consigo uma
aparência saudável. A pele corada e os cabelos bem escuros chamam a atenção de
quem chega para visitá-los. Após passarem cerca de 30 dias na incubadora, os
bebês completam, neste sábado (13), dois meses de vida. De acordo com a mãe,
uma consulta com um cirurgião já está agendada para a segunda-feira (15), onde
ela espera obter os primeiros direcionamentos sobre o tratamento.
“Como toda
criança eles dormem muito e acordam na hora errada. Minha dificuldade é maior
porque tudo é dobrado. Quando um chora o outro acompanha, e quando Davi suja a
fralda, Saulo faz a mesma coisa”, conta Karine. Segundo informações da
Secretaria Estadual de Saúde, não existem dados oficiais sobre partos de
siameses em Pernambuco.
Procurado pela reportagem do FolhaPE, o IMIP informou
que, até o momento, os exames indicaram apenas o compartilhamento do órgão
hepático. Qualquer alteração orgânica só poderá ser verificada na cirurgia para
separação anatômica das crianças. Ainda de acordo com o órgão, a equipe médica
realizará uma avaliação e marcação de um procedimento para colocar um expansor
de pele. Após esse procedimento, estima-se cerca de um mês para que a separação
definitiva possa ser realizada.
► Quem
quiser ajudá-los com doações pode entrar em contato com a família:
Fones: (81) 8746.8877 / 8320.0659
Fones: (81) 8746.8877 / 8320.0659
Assista ao vídeo dos pais desempregados contam as dificuldades enfrentadas:
Vejas as fotos:
Fotos: Jedson Nobre
Do S1 Notícias
FolhaPE