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Fotos: Divulgação |
Único bioma genuinamente brasileiro, a Caatinga é um dos
ecossistemas mais ameaçados do planeta. Apenas 2% de sua área estão protegidas
em unidades de conservação. Foi pensando nesta problemática e na vivência
direta das mulheres neste espaço que a Casa da Mulher do Nordeste elaborou o
Projeto Mulheres na Caatinga, contemplado na seleção pública 2012 do Programa
Petrobras Ambiental.
O lançamento aconteceu na manhã desta quarta-feira(13) em
Triunfo, durante o Seminário O Olhar das Mulheres na Caatinga e tem como
objetivo recuperar áreas degradadas da vegetação nativa no Sertão do Pajeú e
Central, ampliando os processos de fixação de carbono e os impactos do
aquecimento global em onze municípios: Afogados da Ingazeira, Brejinho,
Carnaíba, Flores, Iguaracy, Ingazeira, São José do Egito, Tabira, Triunfo,
Santa Cruz da Baixa Verde e Mirandiba, sendo atingidas diretamente 210 mulheres
agricultoras das comunidades beneficiadas.
As ações do projeto englobam reflorestamento, valorização do
olhar das mulheres sobre o manejo da caatinga, assessoria em tecnologias de
convivência com o Semiárido, formação política para autonomia das mulheres,
educação ambiental, banco de sementes, viveiros de mudas e construção de fogões
agroecológicos. ‘’O projeto busca valorizar o saber das mulheres acerca do
manejo com a caatinga. Elas conhecem cada planta nativa e para que servem, e
esse olhar é fundamental para revertermos o processo de degradação do ambiente.
Mas não somos nós sozinhas que vamos superar esse desafio, contamos com a ajuda
de uma rede de parcerias que fortalece ainda mais a nossa luta’’, disse
Graciete Santos, Coordenadora Geral da Casa da Mulher do Nordeste.
Representando as trabalhadoras rurais, a agricultora
Aparecida Lima Silva, de Santo Antõnio I, município de Carnaíba, trouxe uma
realidade ainda comum no Semiárido. ‘’Esse projeto tem dois aspectos
importantes, porque além de ajudar a preservar a caatinga, vai amenizar o
sofrimento de muitas mulheres rurais que ainda precisam percorrer longas
distâncias para buscar a lenha que é usada no cozimento dos alimentos da
família’’,disse.
Participaram do evento cerca de 80 trabalhadoras rurais,
representações das instituições parceiras na realização do projeto como
Diaconia, Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú, Cecor, Sabiá, Projeto Dom
Hélder Câmara e UAST/UFRPE/NEPPAS, além da Gestora do Projeto pela Petrobras
Ambiental, Ana Cristina Rabelo Balogh, que destacou a preocupação da empresa
com o meio ambiente. ''Ninguém atualmente investe mais no país em questões ambientais
do que a Petrobras'', disse.
Confira a distribuição das comunidades de abrangência do projeto:
Afogados da Ingazeira: Curral Velho, Monte Alegre,
Queimadas;
Brejinho: Tamboril;
Carnaíba: Leitão, Santo Antônio II;
Flores: Araras, Pereiros, Saco do Romão;
Iguaracy: Caruá;
Ingazeira: Bom Sucesso, Manoel Pereira;
Mirandiba: Araçá, Croatá, Feijão, Lagoa Nova, Posse;
São José do Egito: Açude da Porta, Cachoeirinha Curralinho,
Ipueira, Lagoa D’Outra Banda, Ladeira Dantas, Retiro, São Miguel, São Pedro,
Gameleira, Queimada de Zé Vicente;
Tabira: Pajeú Mirim, Poço Redondo;
Triunfo: Santo Antônio de Coroas;
Santa Cruz da Baixa Verde: São José de Pilotos.
Confira a avaliação das instituições parceiras acerca doprojeto:
Diaconia – O projeto é importante porque irá fortalecer
os grupos de mulheres dentro das comunidades para que elas consigam conservar a
caatinga plantando novas árvores. (Fátima Sabino – Técnica Agropecuária).
Projeto Dom Hélder Câmara – Nossa expectativa é muito
positiva quanto ao projeto, porque acreditamos que essas mulheres organizadas e
fortalecidas terão uma ação transformadora do ponto de vista da conservação e
uso dos recursos naturais do bioma caatinga, além de influenciar suas famílias
e comunidades, fortalecendo outras ações agroecológicas. (Adelmo Santos –
Coordenador Territorial).
Cecor – Esse projeto vem reafirmar o papel das mulheres
no processo de preservação ambiental da caatinga e difusão da agricultura
agroecológica na região. É fundamental que cada dia mais tragamos mais mulheres
para esse processo de convivência sustentável com o Semiárido. (Kely Souza –
Coordenadora Técnica Pedagógica).
UAST/UFRPE – A universidade tem o objetivo de alcançar
a parte social da região onde está inserida e essa parceria com o Projeto
Mulheres na Caatinga só vem fortalecer cada vez mais o nosso trabalho. (Kátia
Souza – Diretora Acadêmica).
Sabiá – Essa é uma parceria extremamente importante
porque aproxima os nossos objetivos de luta pelos direitos das mulheres,
autonomia e preservação do nosso bioma, único no mundo. (Jacinta Gomes –
Coordenadora Local do Sertão)
Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú – Reafirmamos
nossa parceria com a CMN neste projeto que irá contribuir com a questão da
revitalização da mata nativa, ações que fazem diferencial na região e as
mulheres são protagonistas nesse processo, uma vez que são elas que estão
presentes nessa vivência e tem total condições de contribuir. (Ana Cristina
Nobre – Técnica Educadora).
Juliana Lima - Assessoria de Comunicação