Oito mulheres agiam do lado de fora da cadeia a pedido dos companheiros.
Mãe e filha eram as mais 'poderosas', segundo a Polícia Civil
Oito
mulheres, namoradas de traficantes presos, comandavam o tráfico de
drogas em Canoas, segundo a Polícia Civil
Foto: Ronaldo Bernardi/Zero
Hora/Ag.RBS
Uma quadrilha formada por oito mulheres, responsável por comandar o
tráfico de drogas na cidade de Canoas (RS), foi presa durante uma
operação da Polícia Civil, nesta quarta-feira (17). Além delas, outras
nove pessoas também foram presas e dois adolescentes apreendidos na
ação.
Segundo a investigação, as mulheres eram namoradas de traficantes
presos. "Depois da prisão desses traficantes, eles passaram o poder de
gerenciar os negócios do tráfico para suas companheiras em liberdade.
Elas movimentavam cerca de R$ 500 mil por mês com venda de todo tipo de
entorpecente", disse o delegado Eric Seixas Dutra, que comandou a
operação.
Durante a investigação, que contou com informações coletadas em escutas
telefônicas autorizadas pela Justiça, os traficantes presos passavam
ordens para suas namoradas sobre as operações do tráfico. De acordo com
o delegado, o grupo atuava em Canoas, Nova Santa Rita e Porto Alegre.
"Dos 21 mandados de prisão preventiva decretados pela Justiça,
cumprimos 18 deles. Um dos envolvidos já tinha sido preso antes da
operação. Agora três ainda estão foragidos. Duas delas eram mãe e filha,
mas a filha tinha mais poder porque namorava o chefe da quadrilha",
disse o delegado.
Além de tráfico de drogas, a quadrilha de mulheres era responsável por
arquitetar roubo a bancos e cargas. "Também são investigadas por
homicídios. Uma das mulheres presas namorava o chefe da quadrilha. Este
traficante, nas escutas telefônicas, confessou que conseguia pular o
muro do presídio onde estava todas as noites. Ele saía após a
conferência dos agentes penitenciários e voltava antes da conferência
matinal. Em uma dessas fugas, ele matou um traficante rival."
Tos os traficantes namorados das mulheres presas na operação foram
remanejados para outros presídio. "Eles recebiam visitas íntimas das
namoradas. Agora, nem elas e nem eles terão esse benefício", afirmou o
delegado.
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