O corpo de Flanio da Silva Macedo, 9 anos, foi encontrado dia
9 de julho de 2012, na zona rural do distrito de São Domingos, em Brejo da
Madre de Deus, no Agreste. O menino foi vítima de um ritual macabro e cruel.
Segundo a polícia, 5 pessoas praticaram do crime. O casal Genival Rafael da
Costa, 62 anos, e Maria Edleuza da Silva, anos 51, confessou o crime e está
preso. Também foram detidos no dia 10, Ednaldo Justo dos Santos, 33 anos, e
Edilson da Costa Silva, 31 anos. A polícia procura um pai de santo, apontado
pelo casal como outro envolvido.
De acordo com as investigações, Flanio sofreu violência
sexual por cerca de 20 minutos antes de morrer. No ritual, teve o pescoço
apertado por um torniquete de madeira até a cabeça se separar do corpo. Segundo
o delegado responsável pelo caso, Antônio Dutra, o casal, que também morava em
São Domingos, ficou com medo de ser descoberto e linchado pela população e se
entregou no posto policial do distrito.
“Eles contaram ter recebido R$ 400 do pai de santo para
pegar o menino e participar do ritual. Antes de matar a criança, Genival e o
pai de santo se revezaram em atos de abuso sexual”, detalhou Antonio Dutra.
Segundo ele, os outros dois homens acompanharam o crime, mas não participaram
do abuso.
Flanio Macedo estava desaparecido desde o dia 1º, quando
saiu de casa, na Travessa Ana Maria da Conceição, por volta das 6h, para carregar
frete na feira. Depois de procurar a polícia e a imprensa, parentes souberam
que ele tinha sido visto na zona rural empurrando a carroça e na frente um
homem, em uma bicicleta.
O corpo do menino foi encontrado anteontem, em estado de decomposição, num
local de difícil acesso, no Sítio Camarinhas, em Brejo da Madre de Deus. Flanio
Macedo estava com a cabeça a cerca de um metro do corpo e sem os olhos. Seus
braços e pernas foram amarrados e ele estava sem roupas.
Perto do corpo havia objetos usados em rituais, como bonecos vodus, penas,
ossos, velas, panelas e comida. A carroça com que o menino fazia frete também
estava no local, que segundo a polícia, é conhecido pelos rituais de magia
negra. O corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal do Recife.
Segundo o pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão
(INCTI) da Universidade de Brasília, Alexandre L’omi L’odò, o ritual não pode
ser enquadrado no campo das religiões de origem afro. “Não conheço dentro das
religiões de matizes africanas e indígenas nenhum ritual que envolva sacrifício
humano. Dentro do meu campo de estudo, nunca ouvi falar em ritual de retorno.”
Com informações do JC
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