Manifestantes tomam as ruas e incendeiam pneus em Ingazeira

Fonte: Nill Júnior

Revoltados, moradores colocaram fogo em pneus na entrada da PE 283

Uma confusão generalizada acontece neste momento na cidade de Ingazeira, em virtude da intervenção de policiais em uma confraternização de moradores que haviam se unido para bater uma laje do Salão Paroquial da Paróquia, por solicitação e iniciativa do Padre Luiz Marques Ferreira.  Esse tipo de mutirão é comum por parte de moradores para ajudar nos trabalhos da Paróquia.

As informações ainda são desencontradas, mas preliminarmente o que se sabe é que policiais do Gati teriam ido apurar uma informação de que haveria som alto no local me foram determinar seu desligamento. Não se sabe ainda se por desacato ou não, o que houve depois foi a chegada de mais PMs para suporte à ação. Fala-se em três viaturas do Grupo de Ações Táticas Itinerantes.

Segundo o Padre Luiz Marques Ferreira em contato com o blog, eram 68 homens trabalhando em regime de mutirão no local. "Eles haviam terminado o serviço e foram almoçar. Um rapaz da Caiçara chamado Adnaildo estava com o som alto. Eu mesmo mandei baixar", disse. Segundo o Padre, pouco depois, sob alegação de que havia sido desacatado, um PM chamou reforço. Começou a confusão.

Há informações de que teriam utilizado de spray de pimenta na prisão dos dois acusados de desacato e contra parte dos trabalhadores. "Jogaram spray de pimenta em trabalhadores e até mulheres que cozinhavam no local", afirmou. Na ação, o Secretário de Agricultura Vinicius Silva foi detido. Os vereadores Aécio e Juarez questionaram a ação, mas não chegaram a ser detidos.

Neste momento, um grande número de pessoas se aglomera na frente da Delegacia solicitando a soltura dos dois que foram detidos por policiais. Não há viaturas no local. O Padre Luizinho informou que irá depor pela soltura dos policiais. A entrada da cidade está bloqueada com pneus que foram queimados por moradores em sinal de protesto. O Prefeito Luciano Torres informou ao blog que está indo ao local. O Delegado Regional Jorge Damasceno e o Comandante do Batalhão, Coronel Rosendo, também foram comunicados do fato.  

A oito dias, em uma Audiência Pública coordenada pelo Coronel Rosendo, o  Padre Luizinho havia cobrado “tratamento mais humanizado” na atuação da polícia. O Comandante havia se comprometido em atender a solicitação. Houve questionamentos a alguns PMs que atuavam na cidade pela forma de abordagem. Os próprios PMs negaram o questionamento. Oficialmente, a PM não se pronunciou sobre o episódio.