A questão do sexo no islamismo é cercada de controvérsias.
Em cada grupo islâmico é tratada de uma maneira, às vezes sendo até
conflitante. Mas uma coisa é certa o Alcorão tem uma promessa: “A menor
recompensa para os fieis, que chegam ao paraíso, é uma habitação, onde 80.000
servos e 72 esposas estão ao seu serviço. Essa habitação é decorada com
pérolas, águas marinhas e rubis, numa extensão que vai de Al-Jabiyyat até
Damasco”.
Enquanto ainda estão na terra, os jihadistas (defensores da
guerra santa) que combatem na Síria decidiram realizar o que vem sendo chamado
de “guerra santa do sexo”. O ministro do Interior da Tunísia, Lofti Ben Jedu,
explicou que mulheres tunisianas são enviadas à Síria para ajudar a satisfazer
as necessidades sexuais dos combatentes.
“Elas têm relações sexuais com 20, 30… até 100 jihadistas”,
explicou o ministro durante a Assembleia Nacional. “Depois destas relações
sexuais, feitas em nome da ‘jihad al nikah’ (“guerra santa do sexo”), voltam
para casa grávidas”, relatou. Segundo a tradição isso é um motivo de orgulho,
pois trata-se da “semente dos heróis”.
A prática da “jihad al nikah” não é nova. Desde os tempos de
Maomé, se permite que muçulmanos tenham relações sexuais fora do casamento com
várias pessoas. Para os líderes salafistas, que defendem uma volta às origens
do islã, é uma forma legítima de guerrear.
Não se pode precisar quantos tunisianos foram enviados à
Síria para lutar contra as tropas do presidente sírio Bashar al-Assad. O grupo
dos “rebeldes”, como são chamados pela imprensa, é constituído de pessoas de
várias nações. Da mesma forma, é desconhecido o número de mulheres que viajaram
para lá com este objetivo, pois só a Tunísia admitiu a prática, que é
disseminada em outros países islâmicos.
Em abril deste ano, o Sheikh Othman Battikh, uma das maiores
autoridades religiosas daquela nação havia criticado a prática: “Meninas
tunisianas estavam sendo recrutadas para viajar a Síria e oferecer
serviços sexuais aos rebeldes… Pela Jihad, estão pressionando garotas para irem
até a Síria. Meninas de 13 anos foram enviadas para fazer parte da jihad
sexual. O que é isso? Isso se chama prostituição”. Seu desabafo lhe custou o
cargo de Mufti, líder supremo.
No mês passado, foi divulgado pela imprensa internacional
que alguns grupos afiliados aos terroristas da Al-Qaeda estavam usando menores
de idade, que não poderiam ser reconhecidas porque seus rostos estavam sempre
cobertos por véus.
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