A voz dos críticos é bem menos relevante que a voz de quem afirma claramente que existem, sim, tanto o diabo quanto o inferno.
Ninguém menos que Jesus Cristo, o Filho de Deus, e o seu vigário na terra, o Papa Francisco, falam com todas as letras sobre a possibilidade dos seres livres de rejeitarem a Deus. Essa liberdade se aplica tanto a nós, humanos, quanto aos espíritos puros, os anjos.
Santa Faustina Kowalska – Reprodução |
Embora reservado aos que morrem na rejeição de Deus e do Seu perdão, o inferno foi vislumbrado também por alguns santos e videntes que, em vida, afirmaram ter tido experiências místicas do local do eterno sofrimento das almas privadas de Deus.
O catecismo deixa claro que essas revelações privados não “melhoram nem completam” o depósito da fé, mas podem nos “ajudar a viver mais plenamente em determinados momentos da história“. São visões que podem nos inspirar a levar a sério a realidade da condenação eterna, que é uma escolha nossa.
Entre os santos a quem foi concedida tal visão encontram-se Santa Teresa de Ávila, a Irmã Lúcia de Fátima e Santa Faustina Kowalska.
Neste texto, veremos a descrição feita por Santa Faustina. Ela foi uma freira polonesa que afirmou ter tido uma série de visões que incluíam Jesus, a Eucaristia, os anjos e vários santos. Foi das suas visões, registradas em seu diário, que a Igreja recebeu a hoje popular devoção do Rosário da Divina Misericórdia.
Em escrito de outubro de 1936, ela fala também de uma visão do inferno:
Diário de Santa Faustina – Reprodução |
O primeiro tormento que constitui o inferno é a perda de Deus;
O segundo, o contínuo remorso da consciência;
O terceiro, o de que esse destino nunca mudará;
O quarto tormento é o fogo que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus;
O quinto é a contínua escuridão, o terrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demônios e as almas condenadas veem-se mutuamente e veem todo o mal dos outros e o deles mesmos.
O sexto é a continua companhia do demônio;
O sétimo tormento, o terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfêmias.
São tormentos que todos os condenados sofrem juntos. Mas não é o fim dos tormentos. Existem tormentos especiais para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada com o que pecou, de maneira horrível e indescritível. Existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de castigo, onde um tormento se distingue do outro. Eu teria morrido vendo esses terríveis tormentos, se não me sustentasse a onipotência de Deus.
Que o pecador saiba que será atormentado com o sentido com que pecou, por toda a eternidade.
Estou escrevendo por ordem de Deus, para que nenhuma alma se escuse dizendo que não há inferno ou que ninguém esteve lá e não sabe como é.
Eu, irmã Faustina, por ordem de Deus, estive nos abismos - Reprodução
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Percebi, no entanto, uma coisa: o maior número das almas que lá estão é justamente daqueles que não acreditavam que o inferno existisse.
Quando voltei a mim, não podia me refazer do terror de ver como as almas sofrem ali terrivelmente e, por isso, rezo com mais fervor ainda pela conversão dos pecadores; incessantemente, peço a misericórdia de Deus para eles. Ó meu Jesus, prefiro agonizar até o fim do mundo nos maiores suplícios a ter que vos ofender com o menor pecado que seja! (Diário de Santa Faustina, 741).
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