O Vaticano abrirá seus arquivos relativos à ditadura militar no país (1976-1983). A abertura desse material ocorre por ordem do próprio papa Francisco.
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Papa Francisco durante a cerimônia – Foto: AP |
A Igreja Católica da Argentina abrirá "em breve"
seus arquivos relativos à ditadura militar no país (1976-1983) para que os
documentos possam ser consultados pelos familiares das vítimas.
O anúncio foi feito nesta terça-feira (24 de outubro de
2016), pela Secretaria de Estado do Vaticano e pela Conferência Episcopal
Argentina (CCA) em um comunicado conjunto, no qual informaram que o material se
encontra nos arquivos da CCA, da Secretaria de Estado do Vaticano e na
Nunciatura Apostólica em Buenos Aires.
"De acordo com um protocolo que será estabelecido em
breve, poderão consultar os documentos as vítimas e familiares diretos dos
desaparecidos e presos, e, no caso de religiosos ou eclesiásticos, também seus
superiores", diz a nota divulgada hoje.
A abertura desse material ocorre depois de um processo de
digitalização e organização dos documentos, por ordem do próprio papa
Francisco. "Se deseja ressaltar que esse trabalho se desenvolveu tendo como
premissa o serviço à verdade, à justiça e à paz, continuando com o diálogo
aberto à cultura do encontro", destaca o comunicado do Vaticano.
Diferentes organizações, como a Associação Argentina de
Familiares de Desaparecidos e as Mães da Praça de Maio, pediram ao papa em
distintas reuniões a abertura dos arquivos da Igreja Católica para poder
consultar esses documentos.
O papa sempre se mostrou aberto a essa possibilidade e por
isso ordenou que os documentos fossem colocados em ordem, destacando os que fazem
referência ao período da ditadura e que poderiam conter informação sobre o
paradeiro de pessoas desaparecidas.
Durante o período, várias vítimas recorreram às autoridades
eclesiásticas da época. Por isso, espera-se que o Vaticano tenha informações
que sejam capazes de jogar luz sobre fatos que até hoje ainda não foram
esclarecidos.
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