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8 de dez. de 2016

Após sete meses no poder, Temer não consegue domar instabilidade política

Há quase sete meses Michel Temer assumia a presidência, com a expectativa de que pudesse mudar os rumos da política e da economia brasileira.

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Há quase sete meses Michel Temer assumia a presidência, com a expectativa de que pudesse mudar os rumos da política e da economia brasileira.


“Estou indignado com a irresponsabilidade de todo mundo” – Reprodução
“Estou indignado com a irresponsabilidade de todo mundo” – Reprodução 
Desde então o turbilhão que atropelou o Governo de Dilma Rousseff no final do seu mandato parece que nunca saiu de Brasília. Desde o dia 12 de maio, quando Temer chegou à presidência, caíram: seis ministros de Estado e dois presidentes do Legislativo o número um da Câmara dos Deputados em maio, e o número um do Senado Federal nesta segunda. A expectativa de que a mudança de poder traria alento ao Brasil transformou-se em miragem.

O afastamento de Renan Calheiros, após o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio de Mello acatar ação cautelar da Rede Sustentabilidade, agravou ainda mais o quadro do Governo, e o assunto já é tratado como uma crise institucional. A mesa diretora do Senado se negou a seguir a decisão do ministro Marco Aurélio avisando que Renan ainda seria o presidente até que o plenário do STF validasse sua decisão. O julgamento está marcado para esta quarta.

A atitude da Mesa elevou a tensão a grau máximo entre os senadores. “Estou indignado com a irresponsabilidade de todo mundo. Estamos a seis dias da votação da PEC do teto e a 10 dias do fim do mandato do Renan. Que irresponsabilidade! A crise é gravíssima! Não podiam pensar no Brasil? Agora Renan não acata e estamos sem presidente, sem sessão, e é gente de todo mundo ligando em pânico, gigantes do mercado perguntando se já não é hora de deixar o Brasil”, disse o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), segundo o jornal O Globo.

Às vésperas de cumprir 100 dias oficialmente no poder (Temer foi confirmado no cargo em 31 de agosto quando o impeachment de Rousseff foi validado no Senado), o cenário de instabilidade se instalou sem data para terminar com a recessão e o arrocho fiscal juntos. Nesta terça, o Estado de Minas Gerais declarou estado de calamidade pública por incapacidade de pagar suas contas, incluindo dos funcionários públicos. É o terceiro Estado a declarar incapacidade, depois do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.

Com projetos de lei e reformas impopulares que a presidência considera fundamentais, como a PEC do Teto de Gastos e a Reforma da Previdência, o desgaste tende a crescer à medida que a população vai se conscientizando de perdas que o ajuste fiscal do atual Governo vai impor, principalmente para os mais vulneráveis.

Se desagrada a população, ele ainda tem de mostrar força perante a iniciativa privada e o mercado financeiro, que celebrou sua confirmação como presidente. Com a crise política, agravada nesta segunda com a queda de Renan, as reformas ainda correm o risco de não serem votadas celeremente, comprometendo a recuperação econômica prometida por Temer. O vice-presidente do Senado, o petista Jorge Viana, que deveria assumir a presidência caso Renan seja afastado, já mostrou desinteresse em correr com a PEC do Teto dos Gastos.

Outra pesquisa revela que a avaliação negativa do governo atingiu 52%, de acordo com o Pulso Brasil, um monitoramento mensal de opinião do Instituto Ipsos. Em outubro, 46% dos brasileiros avaliavam a gestão como ruim ou péssima. O levantamento feito com 1.200 pessoas em 72 cidades mostra que 89% dos brasileiros têm a sensação de que o país está no rumo errado (antes, eram 83%).

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