O projeto CE4Blind é uma plataforma digital destinada a auxiliar pessoas cegas na percepção do ambiente que as rodeia e também na detecção de pontos de interesse.
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"As pessoas cegas podem utilizar estas bengalas da mesma forma como utilizam as tradicionais” – Reprodução |
“Esta aplicação permite a configuração de uma rede de
sensores, a georreferenciação dos vários elementos e a inserção de informação
relacionada com cada ponto de interesse (POI)", disse à Lusa o
investigador do INESC TEC, João Barroso.
Aumento da autonomia
Segundo o investigador, o sistema integrado, composto por
uma bengala eletrônica, uma aplicação móvel e um módulo de visão por
computador, utilizadas em simultâneo ou individualmente, "explora formas
de usar tecnologia para potenciar o aumento da autonomia de pessoas cegas"
de uma maneira "não invasiva"
A bengala eletrônica permite a leitura de etiquetas RFID -
identificação por radiofrequência - instaladas previamente em locais de
interesse, nomeadamente junto a passadeiras, escadas ou outro tipo de locais de
importância.
"As pessoas cegas podem utilizar estas bengalas da
mesma forma como utilizam as tradicionais bengalas brancas, proporcionando-lhes
uma utilização confortável e que, ao mesmo tempo, lhes dá informação e alertas
sobre o ambiente que os rodeia comunicando por Bluetooth com o software
instalado no dispositivo móvel", refere João Barroso.
O investigador explicou ainda que, a interação da aplicação
com o utilizador é feita através de vibração e de voz, podendo este pedir e
obter mais informação através de um joystick incorporado na bengala.
O módulo de visão por computador permite a leitura de texto,
bem como o reconhecimento de alguns objetos do dia-a-dia e também a validação
visual da localização do utilizador, funcionando sem necessidade de ligação à
internet, embora se estiver online permita o acesso a outros recursos como a
capacidade de cáculo externa e acesso a atualizações do sistema.
A plataforma funciona em ambientes onde, previamente, foi
instalada uma rede de sensores, especialmente etiquetas RFID identificando os
POI e a respetiva informação inserida na base de dados.
"Não conhecemos, até ao momento, nenhum sistema que
disponibilize às pessoas cegas, de forma integrada, um conjunto de tecnologias
de interação fácil e com um nível elevado de informação, como é o caso do
CE4BLIND", disse João Barroso tendo ainda acrescentado que "existem
no mercado várias tecnologias que abordam este tema de forma fragmentada, como,
por exemplo, aplicações móveis para reconhecimento de texto e bengalas com
outro tipo de sensores".
De acordo com o investigador, existem no mercado várias
tecnologias que abordam este tema mas apenas de forma fragmentada, como
aplicações móveis para o reconhecimento de texto e até bengalas com outro tipo
de sensores.
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