Pouco após o lançamento do vídeo para Você Não Presta, a artista recebeu uma série de críticas sobre preconceito e apropriação cultural
Foto: Reprodução
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Na última sexta-feira (19 de maio de 2017), Mallu Magalhães
lançou o primeiro single de novo disco, Vem, acompanhado de um vídeo
inédito da faixa Você não presta, em que aparece dançando e cantando em
uma série de cenários diferentes, acompanhada de bailarinos negros com os quais
não interage. Pouco após o lançamento, a produção acendeu uma discussão sobre
racismo e apropriação cultural, sobretudo por uma cena na qual os dançarinos
aparecem presos dentro de uma jaula enquanto a cantora aparece do lado de fora.
"O clipe reforça a sexualidade do negro, pois todos estão com menos roupa
que ela e besuntados em óleo. Isso é um estereótipo que precisa ser
desconstruído", escreveu uma internauta no YouTube. "Há um reforço de
estereótipos dos negros que rebolam", criticou outro.
Na quarta-feira (24), a cantora publicou em sua página oficial do Facebook uma mensagem para tentar esclarecer a polêmica. "Fico muito triste em saber que o clipe possa ter ofendido alguém. É muito decepcionante para mim que isso tenha acontecido. Gostaria de pedir desculpas a essas pessoas. Meu trabalho e minha mensagem têm sempre finalidade e ideais construtivas, nunca, de maneira nenhuma, destrutivos ou agressivos", escreveu.
A cantora ainda explica que seu trabalho pode suscitar diferentes interpretações, no entanto, por mais que exista por trás do vídeo uma determinada intencionalidade, Mallu afirma que não é possível controlar como as pessoas vão receber o material. "Sei que o racismo ainda é, infelizmente, um problema estrutural e muito presente. Eu também o vejo, o rejeito e o combato", pondera. "Li cada uma das críticas, dos posts e comentários, e o debate me fez refletir muito sobre o tema. Entendo as interpretações que derivam do clipe, mas gostaria de deixar claras minhas reais intenções", diz.
"A ideia era ter um clipe com excelentes dançarinos que despertassem nas pessoas a vontade de dançar, de se expressar. Foram convidados pela produtora e pelo diretor os bailarinos Bruno Cadinha, Aires d'Alva, Filipa Amaro, Xenos Palma, Stella Carvalho e Manuela Cabitango. Com a última, inclusive, tive a alegria de fazer aulas para me preparar para o vídeo", afirma. Mallu Magalhães revela, ainda, estar triste por ter decepcionado algumas pessoas, e ainda agradece por seus críticos terem se expressado. "Espero que, após este esclarecimento, seja aliviado deste espaço de conversa qualquer sentimento de ofensa ou injustiça, ficando os fundamentos nos quais tanto acredito: a dança, a arte e o convite à música", finaliza.
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