Como costuma acontecer em anos que antecedem eleições gerais, o calendário eleitoral se impôs no mês de agosto.
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o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera o ranking – Reprodução |
A crise política que domina a agenda em Brasília e as
incertezas da reforma política em discussão e suas consequências para a disputa
do ano que vem não impedem os "presidenciáveis" de dar a largada em
suas (pré) campanhas no segundo semestre. Como costuma acontecer em anos que
antecedem eleições gerais, o calendário eleitoral se impôs no mês de agosto.
No ranking de milhagens, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o
prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), despontam na frente.
Lula
Mesmo ameaçado de ser impedido de concorrer caso seja
condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá (SP), Lula vai
percorrer, em 18 dias, 25 cidades em 9 Estados com um discurso com críticas às
reformas do governo Michel Temer, contra o que chama de "golpe" e em
defesa de uma agenda que remonta às origens do PT.
Condenado na Lava Jato a 9 anos e 6 meses de prisão, o
petista recorre à estratégia das caravanas, usada pela primeira vez em 1993 e
repetida em 2001, tanto para fazer sua defesa quanto para amarrar alianças,
capitalizar as realizações de seus governos e apresentar propostas para a
campanha de 2018.
O terreno escolhido é o Nordeste, onde o petista nasceu e
sempre obteve os maiores índices de votação. Até o fim do ano, pretende rodar
as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
No trajeto, que será feito quase integralmente de ônibus,
Lula vai visitar cidades contempladas por programas de governos petistas, como
o Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, ProUni, Luz Para Todos e Bolsa Família.
O objetivo é lembrar o eleitorado dos "anos de ouro".
"Vamos defender o legado dos governos do PT, como Bolsa
Família, ProUni, Luz para Todos, investimentos em educação, geração de emprego
e renda que tiveram impactos importantíssimos no Nordeste. E também vamos
pensar e discutir o futuro do País", disse o coordenador da caravana,
Marcio Macedo, um dos vice-presidentes do PT. Segundo ele, o objetivo das
viagens não é eleitoral. "A caravana tem caráter programático, de
diagnóstico e construção do futuro do Brasil."
Ciro Gomes é outro "presidenciável" que
intensificou a agenda no segundo semestre. Tem feito palestras, reuniões com
integrantes do PDT e dado entrevistas de Norte a Sul. Embora tenha dito ao
jornal espanhol El País que gostaria de disputar a eleição de 2018 tendo o
ex-prefeito petista Fernando Haddad como vice, sua assessoria diz que o
objetivo das viagens não é eleitoral.
O PT, por sua vez, colocou Haddad para rodar o País.
"Haddad está se movimentando para retomar o projeto de educação da segunda
gestão de Lula. E ficar no banco de reserva. Se não der para jogar a partida
principal, entra no segundo tempo", disse uma pessoa próxima.
Aliados consideram que "passou da hora" de a
ex-ministra Marina Silva (Rede) ter uma "agenda presidenciável" e
colocar a campanha na rua. Mesmo na Rede está claro que é impossível contar
apenas com o recall da eleição de 2014 e que o tempo será decisivo para as
pretensões do partido."Claro que a nossa candidata é a Marina Silva. A
Rede está se estruturando nos Estados e municípios para entrar na
disputa", disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Agora, Bolsonaro parece concentrado em escolher com qual
partido "vai se casar". Semana passada, frustrou o PEN (futuro
Patriota) ao dizer que "ainda está noivo" do partido. Mesmo assim, a
legenda está otimista. "A ideia é correr o País levando a mensagem de
justiça e sustentabilidade", disse o presidente do PEN, Adilson Barroso,
que já faz planos para o "futuro filiado". As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
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