Esse pessoal aponta que as evidências que indicam que os textos presentes na Bíblia, foram largamente mal interpretados e editados sem dó ao longo dos anos.
![]() |
Não é nenhuma novidade que é bastante comum encontrar mais ateus entre cientistas e acadêmicos, certo? – Reprodução |
O assunto que vamos abordar a seguir não trata da opção de
simplesmente não seguir determinada religião ou acreditar em certos dogmas. Na
realidade, o tema é mais polêmico, pois se refere ao fato de que cada vez mais
de estudiosos vêm rejeitando a ideia de que Jesus Cristo como homem e
não como personagem central do cristianismo existiu.
Debate
Segundo um interessante artigo de Philip Perry publicado no
site Big Think, por um lado temos o pessoal que optou pelo ateísmo, mas
que pensa que Jesus provavelmente foi um homem real com base em todos os
registros escritos que existem por aí. Afinal, segundo defende essa turminha,
as histórias sobre Cristo têm que ter saído de algum lugar, certo? Então,
independente de que ele tenha sido ou não um ser extraordinário, ele deve
ter existido.
Contudo, por outro lado, cada vez mais acadêmicos vêm se
apoiando nessas mesmas histórias para questionar a existência do homem. Isso
porque, de acordo com essa turminha de “negadores”, na própria Bíblia existem
enormes lacunas sobre a vida de Cristo, já que temos muitos anos sobre os quais
não há qualquer informação disponível sobre ele.
Por exemplo: não há quase nada sobre a infância de Jesus, e
os relatos pulam de quando o nazareno tinha 12 para os 30 anos sem que haja
qualquer dado sobre o ocorreu nesse intervalo de tempo. Nesse caso, o que
aconteceu? Não havia ninguém por perto para registrar o que Jesus andava fazendo
ou... seria o caso de que a figura do nazareno simplesmente foi inventada por
alguém?
Esse pessoal aponta ainda a questão de que surgiram
evidências que indicam que os textos presentes na Bíblia, além de terem sido
largamente mal interpretados, também foram editados sem dó ao longo dos anos
para o benefício da Igreja Católica e outras igrejas cristãs.
E tem mais: do ponto de vista acadêmico, se um autor escreve
sobre um assunto ou sujeito mais de 100 anos depois do ocorrido ou de esse cara
ter vivido, o registro não pode ser considerado válido. Além disso, a autoria
do relato deve ser claramente comprovada também ou, do contrário, o documento
perde credibilidade.
Complicado...
Os “negadores” alegam que os textos bíblicos foram redigidos
várias décadas após os fatos terem ocorrido por diversas fontes diferentes cuja
intenção era promover a fé cristã. Ademais, segundo dizem, os evangelhos são
contraditórios e muitos deles sequer são assinados com os nomes de quem
provavelmente os escreveu, senão que receberam o nome do apóstolo que assinou o
manuscrito.
Aliás, de acordo com os estudiosos, o único evangelho que se
encontra em ordem cronológica é o de João e, mesmo assim, são poucas as
informações sobre a vida de Jesus que são divulgadas nos textos. Na realidade,
os relatos de João estão focados em Cristo como ser celestial e não no homem de
carne e osso.
Ainda de acordo com os que defendem que a figura do nazareno
foi inventada, para alguém com tamanha importância histórica, existem
pouquíssimos registros de personagens comprovadamente reais que se encontraram
com o homem. Sem falar que não existe qualquer documento que ateste a sua
existência, como certidões de nascimento, informações sobre processos, a
respeito de sua morte, transcrições legais de qualquer natureza, nada.
Para não dizer que não existem registros de outras fontes,
os historiadores romanos Tácito e Flávio Josefo mencionaram Jesus em seus
textos brevemente, mas fizeram isso cerca de um século após a sua morte.
Portanto, é possível que eles simplesmente tenham relatado histórias que ouviram
dos primeiros cristãos e, de acordo com as evidências, inclusive esses
documentos sofreram edições ao longo do tempo.
Outras questões
Segundo o pessoal que acredita que Jesus nunca existiu,
outro argumento importante é o fato de, ao longo da História, a humanidade ter
se aferrado à crença de figuras divinas. Como todos sabem, gregos, romanos,
pagãos e muitas outras culturas adoravam deuses e seres celestiais e existem
registros de inúmeras civilizações que acreditavam ser governadas por
divindades e que se deixavam guiar por sua força e conhecimento.
Sendo assim, muitos estudiosos acreditam que, em vez de ter
existido mesmo, a figura de Jesus foi inspirada em alguma divindade ou, ainda,
em algum herói ou foi composto por vários da época. Um acadêmico especializado
em textos bíblicos inclusive chegou a propor que a história de Cristo nada mais
é do que um exemplo de guerra psicológica criada para ajudar a frear uma
violenta revolta dos judeus contra os romanos.
Mais precisamente, no ano de 66, os zelotes travaram o que
ficou conhecido como a Grande Revolta contra Roma e chegaram a vencer duas
importantes batalhas ao início do conflito. No entanto, os romanos sabiam que
esse grupo estava aguardando a chegada de um messias guerreiro e teriam usado
essa informação a seu favor, criando uma figura que promovia o pacifismo entre
a população.
Curiosamente, nesse sentido, uma dupla de pesquisadores
criou uma forma de comparar e classificar o “heroísmo” figuras mitológicas de
diferentes culturas a partir de 22 características diferentes, incluindo ser
concebido de forma imaculada, ser filho de algum deus, morrer no topo de um
monte ou ter os restos mortais misteriosamente removidos de sua sepultura.
Segundo essa classificação, Jesus cumpre com 20 das 22 características o
melhor “desempenho” de todos os heróis submetidos à análise.
Conforme comentamos no início da matéria, o assunto (embora
fascinante) é bastante polêmico. Mas é importante ressaltar que os argumentos
apresentados pelos estudiosos, apesar de válidos, não derrubam os defendidos
pelos fiéis.
Afinal, embora não existam “provas materiais” de que Cristo
existiu e muitas evidências sugiram que ele não passa de uma figura fabricada
pelo homem, ainda é impossível demonstrar sem qualquer sombra de dúvida que um
rabino chamado Yeshua ben Yosef esse seria o nome real de Jesus caminhou sobre
Terra há pouco mais de 2 mil anos, conquistou uma legião de seguidores com seus
ensinamentos e mudou a história da humanidade. E você, caro leitor, o que acha?
0 comentários:
Postar um comentário