
Cansada da vida que levava como professora e psicoterapeuta,
e preocupada com a quantidade de pessoas sem-teto que via em seu país, ela
decidiu se lançar na aventura de viver sem dinheiro.
Schwermer, de 69 anos, tinha previsto que a experiência se
prolongaria por um ano, mas pouco depois de começar, percebeu que não
conseguiria voltar atrás. "Foi uma grande libertação", diz,
lembrando como deu de presente tudo o que tinha, incluindo seu apartamento. "O
melhor é a sensação de abertura. Não sei o que acontecerá à noite, nem na manhã
do dia seguinte. Não sinto medo, e sim uma grande curiosidade."
No início, Schwermer começou trocando coisas: oferecia seus
serviços - desde limpar casas até ajudar as pessoas com problemas pessoais - em
troca de teto e comida. Agora ela diz que não se trata exatamente de trocar,
mas simplesmente de compartilhar. "Dou o que quero dar e me dão o que
eu preciso", explica. Deste modo, ela supre as necessidades mais básicas.
A roupa que veste é dada pelas pessoas com quem convive e os gastos restantes -
desde a comida e o transporte - são pagos por seus anfitriões.
O que ela lhes dá é de ordem espiritual. "Não são
coisas materiais, e sim a minha presença. Muita gente tem problemas ou está
sozinha. Eu os escuto e os ajudo a pensar sobre o que querem fazer com suas
vidas."
Na prática funciona mais ou menos assim: Schwermer recebe
convites de pessoas de diferentes lugares do mundo que a querem receber e seus
anfitriões enviam a passagem para que ela possa chegar lá.
Organizações, instituições e grupos também a convidam a dar palestras
e seminários sobre seu modo de vida particular. Para isso é preciso ter
muitos amigos, ou pelo menos muitos convites, mas ela tem todas estas coisas de
sobra.
Graças a uma entrevista que deu a uma emissora de rádio anos
atrás, o nome da ex-professora tornou-se conhecido na Alemanha. Outras
entrevistas na televisão e diversas matérias em jornais e revistas
popularizaram ainda mais sua imagem e seu projeto.
O interesse por Schwermer cresceu até se transformar em três
livros que ela escreveu - cujos lucros, como era de se esperar, ela doou a
organizações de caridade e terceiros - e no documentário Living
without money (Vivendo sem dinheiro, em tradução livre), que já foi exibido em
30 países.
Alguns sustentam que ela é um
"parasita" e que não lhe falta dinheiro porque vive com o que é dos
outros. Muitos moradores de rua também não conseguem se identificar com uma
mulher de classe média que não tem nada porque simplesmente não quer.
"É verdade que são os outros que
ganham salários para pagar o que eu como, mas eu também trabalho todos os dias.
Faço coisas para as pessoas. No mundo ocidental há muitas pessoas que se sentem
isoladas, e eu as ajudo com minha presença. Posso ser uma mãe, uma irmã, uma
amiga, o que precisarem", defende-se a alemã. "Quem diz isso é
porque vive no velho sistema, mas tudo vai mudar."
E quando chegar a velhice? O que
acontecerá quando sua companhia deixe de ser uma ajuda e um consolo para
transformar-se em um fardo?
"A velhice? Mas eu já sou muito
velha! A verdade é que não penso nessas coisas. Quando o problema se
apresentar, a solução também se apresentará", conclui Schwermer, rindo.

Com informações do Uol
Todo o conteúdo do S1 Notícias é liberado para outras
veiculações desde que a fonte seja citada
veiculações desde que a fonte seja citada
Você pode contribuir com o site enviando informações
E-mail: s1noticia@gmail.com
Fone: (87) 8855-2265 / 8856-4725 E-mail: s1noticia@gmail.com
0 comentários:
Postar um comentário