Adolescente que morreu soterrada será enterrada em Sertânia. Defesa Civil derruba bananeiras e analisa risco de barreiras.
Cenas de um filme de terror. Foi assim que a dona de casa
Amara da Silva definiu a manhã desta segunda-feira (19 de agosto de 2013) após
descobrir que a barreira nos fundos da casa dela, no bairro do Jordão Alto,
Zona Sul do Recife, caíra na manhã do domingo (18). O deslizamento teve
como vítimas fatais a adolescente Júlia Aparecida Ferreira Ramos, de 15 anos, e
um bebê de aproximadamente 15 dias, que se chamava Rute, segundo a tia Eliane
Ferreira Ramos. Três casas foram destruídas e outras doze foram interditadas.
Durante a manhã desta segunda, a família da adolescente e da bebê vitimadas no deslizamento voltaram ao local do acidente. A tia da menina, Eliane Ferreira, conta que a família toda está em choque. “Fomos à escola hoje pela manhã pegar a documentação da Júlia, para poder liberar o corpo. Não era para ela ter ido embora assim, era uma menina muito boa. Ela gostava de hip hop, meu marido ensinou a ela música. Queria ser cantora”, diz, emocionada, Eliane.
Durante a manhã desta segunda, a família da adolescente e da bebê vitimadas no deslizamento voltaram ao local do acidente. A tia da menina, Eliane Ferreira, conta que a família toda está em choque. “Fomos à escola hoje pela manhã pegar a documentação da Júlia, para poder liberar o corpo. Não era para ela ter ido embora assim, era uma menina muito boa. Ela gostava de hip hop, meu marido ensinou a ela música. Queria ser cantora”, diz, emocionada, Eliane.
A tia explica que a família está providenciando tudo para
que a menina seja enterrada em Sertânia, no Sertão de Pernambuco, de onde a
família é. “Está tudo certo, toda família sempre é enterrada lá, todos somos de
lá”, explica o tio, Cícero Lima.
A Defesa Civil do Recife e de Jaboatão, além da Emlurb,
trabalham no local na manhã desta segunda-feira (19), derrubando bananeiras e
avaliando o risco da barreira.
A barreira fica bem no limite da capital com Jaboatão dos Guararapes. O
restaurante, no final da barreira, atingido pelos escombros, consta como
Jaboatão, segundo as contas de energia de estabelecimentos vizinhos.
O incidente aconteceu por volta das 8h do domingo. Amara
teve parte do terreno em que mora interditado pela Defesa Civil. Na conta de
luz, mostra, o endereço constando como Jordão Alto, Recife. Ela conta que mora no
local há aproximadamente 30 anos e investiu todo o dinheiro que a família
ganhou ao longo da vida no terreno, construindo quartos para os filhos e garantindo
o futuro dos netos.
Agora, com a queda da barreira, a dona de casa não sabe o
que fazer. “Foi um filme de terror, você só acredita vendo. A casa do meu filho
está interditada, foi atingida pela queda. Ele e a esposa não tinham tomado
café ainda, quando ouviram os barulhos e conseguiram sair. Meu filho logo
correu pra ajudar os vizinhos. Não consegui dormir essa noite, você fica com
medo”, explica Amara, que ainda lamenta as duas mortes. “Eu vi essa menina
crescer, é muito ruim ver a dor dos vizinhos assim”.
Filha de Amara, a costureira Joanacir Batista tinha ido
comprar pão quando recebeu o aviso de um vizinho. "Eu fiquei em pânico,
vim correndo”, lembra Joanacir, que já temia a barreira há anos. “Aqui é meu e
de minha mãe, tenho meu quarto aqui, mas não tem um mês que aluguei um lugar na
[avenida Presidente] Kennedy, em Olinda. Saí com medo, mas lá não é meu”,
explica a costureira, que tem uma filha de quase dois anos, Jemyma.
A faxineira Lúcia da Silva mora mais próxima da base da
barreira, teve a casa interditada. Quando ouviu os barulhos, correu para fora
de casa. “Eu só vi a terra descendo com tudo, não consegui fazer nada na hora,
só gritar. Foi tudo muito rápido”, recorda Lúcia, que mora com dois netos, dois
filhos e uma nora. “A gente passou a noite na casa de vizinho. Estamos
esperando, não temos para onde ir. Essa casa foi o que me restou do divórcio há
sete anos, não tenho mais nada. Acho que vamos ficar aqui mesmo. Medo? Lógico
que tem um pouco, mas a gente acaba se acostumando com essas coisas, não tem
outro lugar para ir”, afirma Lúcia.
A garçonete Jaciara Silva Santos também está sem saber o que fazer. Da casa, só conseguiu tirar alguns pertences. “Eu estou na casa da minha irmã, a sorte é que meu marido fincou bem o muro, então não foi tudo junto. Foi muito barulho na hora, você fica em pânico. Ninguém espera uma coisa dessas”, conta Jaciara.
A garçonete Jaciara Silva Santos também está sem saber o que fazer. Da casa, só conseguiu tirar alguns pertences. “Eu estou na casa da minha irmã, a sorte é que meu marido fincou bem o muro, então não foi tudo junto. Foi muito barulho na hora, você fica em pânico. Ninguém espera uma coisa dessas”, conta Jaciara.
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