Fonte: Monster Sports
Cresce o número de pessoas que adere ao uso de esteróides anabolizantes para moldar o corpo e ganhar força, resistência e velocidade.

“Muitas vezes, é o próprio instrutor quem chega para o aluno
e diz que seu desenvolvimento chegou ao limite. Aí vem a sedução pelos
anabolizantes”, explica Fernando Vítor Lima, professor da Universidade Federal
de Minas Gerais e mestre em Treinamento Esportivo. Nas lojas de suplementos
nutricionais, a situação não é diferente: “O charlatanismo é muito grande nesse
meio. As pessoas receitam o produto como se soubessem tudo sobre ele. Quem
compra, na verdade está pagando pelo sonho de um corpo perfeito, na verdade, de
uma ilusão, porque os problemas ocasionados são muitos”, orienta.
Nos Estados Unidos, os anabolizantes já são considerados uma
droga proibida, que só pode ser vendida com receita médica. Na Suécia, existem
serviços que encaminham os usuários para tratamento, como se ele fosse um
viciado em droga. No Brasil, segundo o professor, apesar da proibição de venda,
a Vigilância Sanitária é falha e os esteróides continuam sendo consumidos em
larga escala.
O uso indiscriminado desses esteróides teve início em 1930,
com alguns fisiculturistas e atletas que buscavam desenvolvimento muscular
rápido e melhora de performance. Com o passar dos anos, o uso se estendeu para
esportistas amadores, frequentadores de academias e adolescentes.
O que são Esteróides Anabolizantes

Geralmente, os anabolizantes, ou “bombas”, como também são
chamados, são tomados oralmente em cápsulas/tabletes, ou injetados no músculo.
Muitas vezes, as drogas são usadas em associação de até três tipos diferentes e
em doses 100 vezes maiores que as preconizadas por tratamento médico. Anadrol,
Oxadrin e Durabolin são alguns exemplos de esteróides.
Embora muita gente não saiba, o anabolizante tem uso na
medicina, para casos de osteoporose, deficiência de crescimento, problemas
hormonais masculinos, como o hipogonadismo. Entretanto, só é ministrado em
doses terapêuticas e necessitam sempre de prescrição médica para serem
adquiridos. “Os médicos receitam doses de, no máximo, 15 mg enquanto que os
fisiculturistas chegam a tomar até 300 mg”, diz Fernando.
Consequências do uso de Anabolizantes
O efeito de um corpo saudável com os anabolizantes é apenas
aparente. Está provado que seu uso só gera danos à saúde. Os efeitos colaterais
das superdosagens são muitos. A pessoa pode desenvolver problemas no fígado,
inclusive câncer, redução da função sexual, derrame cerebral, alterações de
comportamento com aumento da agressividade e nervosismo, aparecimento de acne.
Ao todo, 69 efeitos colaterais já foram documentados.
Em garotos e homens existe a diminuição da produção de
esperma, retração dos testículos, impotência sexual, dificuldade ou dor ao
urinar, calvície, desenvolvimento irreversível de mamas.
Em adolescentes de ambos os sexos, também pode ocorrer
parada prematura do crescimento, tornado-os mais baixos que outros, não
usuários de anabolizantes.
A parada brusca do uso de anabolizantes também pode produzir
sintomas como depressão, fadiga, insônia, diminuição da libido, dores de
cabeça, dores musculares e desejo de tomar mais anabolizantes.
O uso compartilhado de esteróides por seringas e agulhas não
esterilizadas é comum e pode expor o indivíduo a doenças como Aids, hepatites B
e C e endocardite bacteriana.
Caminho sem Volta
Por tantos riscos e inconvenientes, o uso indiscriminado de
anabolizantes deve ser desencorajado, banido do meio esportivo. Para Fernando,
a grande arma capaz de resolver esse problema são as campanhas educativas. ” O
uso de esteróides já se tornou um caso de saúde pública. O governo tem que
tomar providências”, completa.
Separamos algumas imagens de pessoas que sofreram sérias
consequências devido ao uso dos anabolizantes, por isso, por mais que o caminho
em busca de um corpo sarado seja díficil o que vale realmente a pena nessa
luta é malhar com saúde.
O risco ainda maior que o uso dos
anabolizantes: Injeção de óleos
Parece irreal acreditar que algumas pessoas em busca da
perfeição corporal sejam capazes de
injetar determinados tipos de óleos, isso mesmo, eles utilizam uma substância
na forma química de óleo via
endovenosa,os riscos dessa prática são devastadores.
O ADE, também usado pelos jovens, é um complexo vitamínico que
pode causar necrose do músculo se mal aplicado. Pagnani contabilizou pelo menos
30 casos recentes de graves seqüelas decorrentes da má aplicação do ADE. Desde
1998, há pelo menos quatro mortes documentadas no país relacionadas aos
anabolizantes. A associação prepara uma campanha contra o uso dessas
substâncias. (Folha de S. Paulo)
Sem efeito anabolizante, o ADE provoca uma inflamação quando
injetado no músculo. A substância fica “encapsulada” e infla o local, o que
pode ser confundido com hipertrofia muscular. Pode causar necrose dos tecidos,
amputação e até morte. (Folha Cotidiano)
Como funcionam
O que estas substâncias poderiam fazer pelo desenvolvimento
muscular? A resposta é clara: nada. Nenhum desses compostos tem a capacidade de
promover o anabolismo, muito pelo contrário o efeito mais claro de seu uso é a
morte dos tecidos adjacentes.
Quando se aplica uma dessas drogas, apenas uma pequena parte
é absorvida de imediato, o restante permanece estagnado no local. A grande
quantidade de óleo é reconhecida pelo organismo como um corpo estranho dentro
do músculo e, como meio de proteção, uma camada de tecido conectivo é formada
em volta do óleo para evitar que ele se espalhe e cause mais danos. Ou seja, ao
aplicar um desses óleos, não se está aumentando a massa muscular e sim criando
uma espécie de tumor.
A inflamação aliada à presença dos óleos, leva ao aumento do
volume no local, que permanece por alguns anos, até que o corpo consiga
removê-lo totalmente ou, pior, até que ele destrua os tecidos e tenha que ser
removido cirurgicamente.
Efeitos colaterais
O organismo pode não ser capaz de controlar adequadamente os
processos lesivos decorrentes da presença do óleo, gerando uma progressiva
destruição tecidual que leva ao comprometimento de toda a região, que culmina
com a remoção cirúrgica dos tecidos mortos e, em casos extremos, leva a
amputações. Apesar de parecer distante para muitos usuários, nos Estados
Unidos, onde esta moda se espalhou e ganhou proporções absurdas, as amputações
já ocorrem, e há quem diga que são relativamente comuns.
Outro problema grave é o próprio ato de injetar os óleos, o
que normalmente é feito pelo próprio usuário ou por outra pessoa despreparada,
sem nenhum conhecimento de anatomia. Normalmente os locais onde se aplicam as
drogas são altamente vascularizados, como bíceps e panturrilha, o que aumenta
exponencialmente o risco de se atingir ramos do sistema circulatório durante a
aplicação. Caso esta substância caia na circulação o risco de morte é real e
iminente, podendo causar embolias, ataques cardíacos, infartos, derrames cerebrais
ou outros problemas graves (um renomado fisiculturista profissional atingiu uma
veia enquanto aplicava um desses produtos e quase foi a óbito por complicações
cardiocirculatórias). Também são relativamente comuns os casos onde se atingem
nervos, levando a paralisias irreversíveis. (para quem acha que isto é um
alarde irreal, recomendo que veja uma foto onde se mostra a quantidade de
nervos, veias e artérias dos locais onde se aplica o óleo).
Considerações finais
Por ser uma prática leiga, obscura e sem nenhum controle,
será muito difícil obter dados oficiais dos problemas advindos do uso de óleos
para crescimento localizado, mas já se ouve muitos relatos de efeitos
colaterais sérios, como morte, embolia, infartos, amputações, paralisias e
necroses.
Além dos males diretos, a facilidade em obter um aumento do
volume de determinado músculo através de injeções localizadas está criando
verdadeiras aberrações. O uso desses óleos está fazendo com que se perca o
bom-senso, sendo comum vermos braços desproporcionais ao tórax, com uma
aparência e consistência que denuncia claramente que aquilo não é músculo.
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