Médicos alertam: a cada 5 minutos um brasileiro morre em decorrência da doença

O tempo entre os primeiros sinais e a busca por uma emergência
hospitalar foi de sete horas, tempo suficiente para deixá-lo internado por 21
dias e com grande dificuldade de controle dos movimentos e linguagem. Conhecido
popularmente como derrame, o problema decorre da insuficiência no fluxo
sanguíneo em uma determinada área do cérebro. De acordo com o Ministério da
Saúde, um brasileiro morre a cada cinco minutos em decorrência da doença. Dados
da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que mais de cinco milhões de
pessoas sofrem com o problema, em todo mundo.
Há dois principais tipos, o isquêmico, quando ocorre o
entupimento dos vasos que levam sangue ao cérebro; e o o hemorrágico, quando
ocorre uma rotura vascular provocando assim um sangramento no cérebro. O AVC de
Carlos foi o isquêmico, diagnosticado em 85% dos casos.
Para o membro titular da Academia Brasileira de Neurologia e
chefe do setor de Neurologia do Hospital São Francisco na Providência de Deus
(RJ), Fernando Figueira, os sintomas do AVC ainda são bastante ignorados pela
população, que não conhece ou se atenta para o problema, e acaba buscando ajuda
tardiamente, gerando risco de vida ou graves sequelas. “Muitas pessoas não
sabem, mas o AVC é uma emergência médica e se for diagnosticado nas primeiras
três horas após o início dos sintomas, as sequelas podem ser reduzidas”, afirma
o médico.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o AVC é responsável
por cerca de 100 mil óbitos anuais, e por 40% das aposentadorias precoces, já
que o AVC muitas vezes deixa a pessoa incapacitada e dependente de terceiros.
Figueira explica que as causas do AVC podem ser diversas e
vão desde má alimentação, hipertensão, tabagismo e estresse até pré-disposição
genética e diabetes. “Controlar os fatores de risco e manter hábitos de vida
saudáveis como atividade física contribuem para reduzir o risco da doença”.
Segundo o médico, é recomendável a avaliação médica anual para adultos jovens
saudáveis. “Para os mais idosos e aqueles que já possuem algum tipo de problema
de saúde, a avaliação deve ser mais frequente, dependendo dos fatores de risco
a serem controlados”, explica o neurologista.
Diminuição ou perda súbita de força no braço ou perna de um
lado do corpo;
Alteração súbita da sensibilidade com sensação de formigamento
na face, braço ou perna de um lado do corpo;
Perda súbita de visão num olho ou nos dois olhos;
Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para
articular, expressar ou para compreender a linguagem;
Dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente;
Instabilidade, vertigem súbita intensa e desequilíbrio
associados à náuseas ou vômitos.