Entre 1,9 e 2 milhões de anos atrás, o tamanho do cérebro de nossos ancestrais aumentava dramaticamente.
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“É importante estudar o que estava sendo consumido há 1,95 milhão de anos “– Reprodução
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Após cientistas encontrarem fragmentos ósseos de variados
animais com 1,95 milhão de anos de idade, se tornou evidente a teoria que
acredita que nossos antecessores adquiriram a inteligência ao se alimentarem de
peixe.
Segundo o antropólogo da Universidade George
Washington, Brian Richmond, os fósseis foram encontrados no norte do Quênia e
são a evidência mais antiga do envolvimento de animais aquáticos com ancestrais
humanos. Para ele, os ácidos encontrados nos peixes poderiam ter fornecido os
nutrientes necessários para a evolução cerebral.
Por esse motivo, os cientistas têm proposto uma dieta de
peixe procurando estudar o impulso inicial do cérebro. O estudo, publicado esta
semana no Proceedings Journal of the National Academy of Sciences, também
apresentou a variedade da dieta dos hominídeos.
“É importante estudar o que estava sendo consumido neste
local há 1,95 milhão de anos “, contou Peter Ungar, antropólogo da Universidade
de Arkansas, que não esteve envolvido no estudo.
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Seis por cento dos fragmentos tinham marcas de corte – Reprodução
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“Eles consumiam mais animais do que nossos parentes vivos
mais próximos “, completa. Na época, os ossos foram massacrados e estavam
molhados. Foram encontrados em florestas, provavelmente próximos de um grande
rio ou lago. A equipe encontrou 506 fragmentos de ossos fossilizados que foram
analisados pelas marcas indicadas.
De acordo com Richmond, seis por cento dos fragmentos tinham
marcas de corte, o que é um número significativo, sendo que o abate não deixa
marca nos ossos. Apenas 1,9 por cento dos ossos tinham marcas de dentes de
animais carnívoros, sugerindo que os hominídeos tenham caçado ou lutado com
outros carnívoros.
Segundo Richmond, a constatação de que os antigos ancestrais
humanos se alimentavam de animais aquáticos ricos de ácidos graxos é incrível,
já que explica por que o cérebro começou a aumentar há 2 milhões de anos.
“Uma dieta que inclui tecido animal, especialmente os ricos
em nutrientes do cérebro de crescimento como peixes, crocodilos e tartarugas,
aumenta o limite do crescimento do cérebro “, disse Richmond ao LiveScience.
“Esta é a primeira evidência de uma contribuição substancial desses tipos de
alimentos na dieta dos nossos primeiros ancestrais humanos, e ocorre antes que
nós tenhamos evidência de um cérebro maior “, completou.
Na opinião de Ungar, os animais aquáticos são apenas
uma peça desse “quebra-cabeça”. Comer peixe certamente não interrompeu a
evolução do cérebro, mas pode ter sido a diversidade de sua dieta que resultou
na evolução. “Não é necessário consumir apenas esses animais aquáticos, mas
prevê que a variedade da dieta possa ser a responsável por esse avanço “, disse
Ungar.
Segundo Osbjorn Pearson, antropólogo da Universidade do Novo
México, não é possível confirmar se os primeiros hominídeos estavam caçando,
embora a falta de marcas de dentes de outros carnívoros preveja a possibilidade
de que nossos antepassados fossem caçadores. De qualquer maneira, Richmond
acredita que os nossos antepassados hominídeos, “eram realmente bons em
encontrar carne”.
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