Esse tipo de matrimônio extremamente fora do comum foi legalizado na França durante a Primeira Guerra Mundial
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“necrogamia” a atitude de se casar com uma pessoa já morta – Reprodução |
Algumas pessoas não levam a sério aquela premissa de “até
que a morte nos separe”, e hoje nós resolvemos falar exatamente sobre isso. Em termos científicos, chama-se de
“necrogamia” a atitude de se casar com uma pessoa já morta ou de juntar os
trapinhos com os restos mortais do ser amado.
Esse tipo de matrimônio extremamente fora do comum foi
legalizado na França durante a Primeira Guerra Mundial, quando algumas mulheres
insistiam em se casar com seus noivos, ainda que eles tivessem morrido em
combate. Nascia, então, o “casamento pós-morte”, que se tornou oficialmente
permitido nos anos de 1950.
A maior representante da legalização francesa do matrimônio
pós-morte foi uma moça chamada Iréne Jodart, que implorou diretamente ao então
presidente Charles De Gaulle para que ela pudesse se casar com seu amado noivo,
André Capra, que havia morrido durante a guerra.
A história chamou atenção da
imprensa francesa e, em questão de poucos meses, a lei foi criada. Em termos
financeiros, o casório mórbido não permite que a pessoa viva receba os bens da
pessoa morta, mas autoriza o pagamento de pensão ou seguro, especialmente se o
casal tiver filhos.
Amor além da morte
Quando ouvimos uma história dessas, é relativamente normal
pensarmos que isso tudo é coisa que deve ter ficado no passado, mas a verdade é
que o casamento pós-morte ainda é praticado atualmente. A cerimônia, no
entanto, é mais simbólica mesmo, afinal um dos envolvidos já está morto.
Atualmente, a estimativa é a de que 20 casamentos desse estilo sejam realizados na França todos os anos mas o amor além da morte não
acontece apenas lá, não! Há registros de pombinhos póstumos nos EUA, na Coreia
do Sul, na Alemanha, na África do Sul, no Sudão, na Tailândia e na China.
Cultural
Na cultura chinesa, inclusive, ao longo dos últimos séculos,
o casamento pós-morte foi praticado pelos motivos mais diversos, inclusive por
quem não aceitava perder o noivo ou a noiva por questões familiares, que
impunham à mulher o dever de ser casada, mesmo que com alguém que já estivesse
morto. Às vezes os chineses até mesmo casavam duas pessoas já mortas, ainda
que, para isso, tivessem que desenterrá-las só para sepultá-las novamente,
agora lado a lado.
Além disso, as mulheres chinesas, quando se casavam com um
pretendente de outro mundo, acabavam muitas vezes sendo obrigadas a trabalhar
para a família do maridão, cumprindo atividades domésticas. A tradição mudou em
1949, quando as mulheres tiveram o direito de não aceitar o casamento com uma
pessoa morta em nome da honra família. Ainda assim, esse tipo de casamento
ainda acontece no país.
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