Alexya Salvador é, além de pastora trans é mãe de uma garota também trans. Sua história é inspiradora paraa comunidade LGBT.
Alexya conta que sempre foi religiosa – Reprodução |
Alexya Salvador é pastora e conversou conosco sobre
maternidade, religião e transgeneridade: "Não existe esse discurso de 'eu
nasci no corpo errado'"
Falar de religião é um tabu para muitas pessoas LGBT. Devido
a uma história de perseguição, são muitos que acabam se afastando da igreja.
Mas e quando há uma igreja onde prega uma pastora trans?
Alexya Salvador é, além de pastora trans , mãe. E mãe de uma
garota também trans. Sua história é inspiradora para toda a comunidade LGBT e
mostra que religião é sobre amor ao próximo, e não ódio.
Alexya conta que sempre foi religiosa, mas que este foi um
aspecto, por um tempo em sua vida, conflituoso. "A religião dizia uma
coisa e o que eu sentia ia na contramão de tudo aquilo", conta ela. Mas
tudo mudou quando ela conheceu uma igreja evangélica.
A pastora conta sobre o momento que passou a frequentar a
igreja: "foi quando eu comecei a desconstruir aquilo que durante anos a
igreja católica na sua doutrina impunha a mim". "A Igreja da
Comunidade Metropolitana, nessa leitura sócio-crítica da bíblia, foi o que me
libertou, e que me auxiliou no entendimento de quem eu era, de qual era a minha
identidade", compartilha Alexya.
Maternidade
"Eu sempre quis ser mãe", afirma a pastora. Ela
conta que a família é muito importante em sua vida graças aos valores que
recebeu dos pais: "graças a Deus tenho pais que me mostraram
verdadeiramente o que é ser uma família".
Após ter adotado um filho, Alexya foi mãe mais uma vez ao
adotar Ana Maria, uma menina transgênica. Por ter a mãe como referência e a
família a seu lado, Ana não passará pelas mesmas situações vividas pela
pastora, ela acredita.
"Ela já está sendo criada podendo expressar o que ela
sente, podendo expressar quem ela é", conta. "Aqui em casa não existe
esse discurso de 'eu nasci no corpo errado".
A educação que a pastora trans transmite a Ana é sobre amor
próprio: "Ensino a minha filha que ela é perfeita, é saudável, assim como
eu. Não temos nada de doença", afirma. "Procuro mostrar para ela que
a vida é linda e que ela tem que se expressar e ser feliz da forma como ela
é"
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