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18 de jan. de 2017

Religião e Medicina de mãos dadas?

Diversos estudos estão demonstrando que os pacientes religiosos apresentam desfechos diferentes em suas doenças.

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Diversos estudos estão demonstrando que os pacientes religiosos apresentam desfechos diferentes em suas doenças.


Os homens perceberam que as doenças não eram causadas por “deuses revoltos” – Reprodução
Os homens perceberam que as doenças não eram causadas por “deuses revoltos” – Reprodução

Durante milênios, em todos os povos da humanidade, a história da Medicina se confundia com a história da religião. Nas tribos primitivas, os curandeiros também eram líderes espirituais (xamãs, pajés etc.) e as doenças se associavam a castigos divinos.

Com o desenvolvimento da ciência médica, os homens perceberam que as doenças não eram causadas por “deuses revoltos” ou pelos pecados humanos, então os antigos sacerdotes perderam seus postos de curandeiros e o cuidado dos doentes passou a ser realizado pelos médicos.

Contudo, mesmo com esta separação, o casamento entre medicina e fé continuou existindo: os primeiros hospitais do Ocidente, por exemplo, foram construídos por organizações ou por Ordens religiosas e durante a Idade Média, sobretudo, os médicos, frequentemente, eram membros do clero.


No Brasil, na época em que o sistema de saúde público não garantia o acesso ao atendimento médico a todos os cidadãos, as “Santas Casas”, hospitais criados e mantidos pela Igreja, ofereciam cuidados médicos àqueles que não tinham condições de pagar pelo seu tratamento e eram excluídos do sistema de saúde pública.

Entretanto, com o avanço da ciência e das tecnologias, a Medicina se transformou, o mecanismo das doenças e das infecções foram mais bem compreendidos, novos medicamentos desenvolvidos e as técnicas cirúrgicas se aperfeiçoaram. Doenças antes incuráveis passaram a ser tratadas, cirurgias antes impossíveis se tornaram corriqueiras, o indivíduo que, no passado, morria aos 60 anos hoje ultrapassa os 80.

Com esse rápido desenvolvimento na área da Saúde, o casamento entre Medicina e Religião parece ter chegado ao fim: os médicos, em considerável número, passaram a ignorar as convicções religiosas dos pacientes, as administrações dos hospitais e das Santas Casas passaram à sociedade laica, a religião deixou de ter um papel primário no processo de adoecimento ou de cura dos doentes.

A Igreja, sábia e complacentemente, não se revoltou por passar a ter um papel coadjuvante nessa complexa arte do curar. Ela assumiu seu posto de provedora de conforto emocional e espiritual aos pacientes, deixando o tratamento específico das doenças para a ciência, esperando que está sempre respeite a Lei natural moral.

Todavia, diversos estudos estão demonstrando que os pacientes religiosos apresentam desfechos diferentes em suas doenças como internações mais curtas, menor consumo de analgésicos e menos incidência em algumas doenças. 

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