Presidente fez declaração durante evento do Sebrae, em Brasília. Cidades registraram protestos nesta quarta contra a reforma proposta pelo governo.
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O presidente admitiu que poderá haver uma ou outra adaptação no texto enviado pelo governo – Reprodução |
O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (15)
que a reforma da Previdência proposta por seu governo e que está em
tramitação no Congresso vai evitar que o INSS entre em "colapso" e
que, se aprovada, "não vai tirar direito de ninguém."
"Nós apresentamos um caminho para salvar a Previdência
do colapso, para salvar os benefícios dos aposentados de hoje e dos jovens que
se aposentarão amanhã. Isso, parece ser coisa 'será que é para tirar direitos
de pessoas?'. Em primeiro lugar, não vai tirar direito de ninguém. Quem tem
direito já adquirido, ainda que esteja no trabalho não vai perder nada do que
tem", disse Temer durante evento do Sebrae, em Brasília.
A declaração foi feita no dia em que várias cidades do país
registram protestos contra a reforma da Previdência. Em São Paulo, e
na região metropolitana da capital paulista, por exemplo, ônibus e metrô
pararam no início da manhã (circulação voltou a funcionar parcialmente por
volta das 8h30). O metrô funciona parcialmente ao longo do dia e rodovias foram
bloqueadas.
Medidas polulares
O presidente admitiu que poderá haver uma ou outra adaptação
no texto enviado pelo governo ao Congresso, mas defendeu que não seja feita uma
reforma modesta agora porque isso exigiria a adoção de medidas mais drásticas
no futuro.
Temer citou que, se a reforma aprovada for branda, em quatro
ou cinco anos o Brasil terá que fazer cortes de gastos muito maiores, a exemplo
de países como Portugal, Grécia e Espanha.
“Ou fazemos uma reformulação da Previdência agora é claro,
poderá haver uma ou outra adaptação, o Congresso é que está cuidando disso,
mas não podemos fazer uma coisa modestíssima agora para daqui quatro ou cinco
anos termos que fazer como Portugal, Espanha, Grécia ou outros países, que
tiveram que fazer um corte muito maior porque não preveniram o futuro”, disse.
Temer citou o exemplo da Previdência do Rio de Janeiro que,
segundo ele, levou o estado a uma situação fiscal dramática. De acordo com o
presidente, sem a reforma o governo federal terá que adotar "restrição
absoluta" por conta das dificuldades financeiras e do aumento do rombo do
INSS.
O presidente destacou que a Lei de Responsabilidade Fiscal a
União está proibida de fazer empréstimo e dar auxilio sem contrapartida dos
estados.
Temer afirmou que o seu governo tem feito medidas populares
e não populistas e que, apesar de não ter aprovação imediata, elas terão
reconhecimento posterior.
“As medidas populistas começam cheias de aplausos, para logo
depois se relevar um desastre absoluto. As medidas populares não têm aplausos
imediatos, mas têm o reconhecimento posterior”, disse.
Desemprego
O presidente disse ainda que espera que haja uma redução
significativa do desemprego no país, principalmente a partir do último
trimestre do ano.
“O mercado vem dando notícias nessa direção”, afirmou Temer
durante evento de lançamento do programa Senhor Orientador.
O programa do Sebrae em parceria com o Banco do Brasil
contratou 310 bancários aposentados para dar orientação de crédito a pequenos
empresários. Os consultores contratados têm mais de 60 anos.
Durante o evento, Temer disse que aceitaria a sugestão do
presidente do Sebrae, Guilherme Afif, de estudar um programa para incentivar a
contratação de trabalhadores com mais de 60 anos.
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