O papa Francisco anunciou que a canonização de 30 mártires brasileiros que foram assassinados no Nordeste do Brasil no século 17.
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“A canonização dos brasileiros será "um momento de renovação espiritual” – Reprodução |
O papa Francisco anunciou que a canonização de 30 mártires
brasileiros que foram assassinados por protestantes holandeses no Nordeste do
Brasil no século 17 foi aprovada pelo Vaticano. Em julho e outubro de 1645,
soldados holandeses calvinistas assassinaram brutalmente mais de 80 fiéis, 30
deles martirizados, nos chamados Massacres de Cunhaú e Uruaçu, que aconteceram
nas atuais cidades de Canguaretama e São Gonçalo do Amarante, ambas no Rio
Grande do Norte.
Segundo o arcebispo de Natal, dom Jaime Vieira Rocha, o
anúncio oficial da cerimônia de canonização deve ser realizado ainda neste ano
na própria capital do Rio Grande do Norte. Além disso, Vieira agradeceu o
Pontífice argentino por ter "autorizado a canonização através de um
processo tão simples, dispensando os milagres e levando em conta a antiguidade
do martírio".
A canonização dos brasileiros será "um momento de
renovação espiritual, de revalorização dos valores cidadãos", comentou o
arcebispo de uma cidade conhecida pela sua fervorosa religiosidade no País com
a maior população católica do mundo.
Os massacres aos católicos aconteceram durante a ocupação
holandesa no Nordeste do Brasil e foram narrados pelo monsenhor Francisco de
Assis Pereira na sua obra "Beato Mateus Moreira e seus Companheiros Mártires".
O livro conta que no Rio Grande do Norte, "um homem identificado como
Mateus Moreira exclamou, no momento no qual iam arrancar seu coração, 'louvado
seja o Santíssimo Sacramento'" no povoado de Uruaçu.
A cerca de 15 quilômetros de Natal, em uma zona inóspita, os
soldados calvinistas também torturaram e assassinaram Estevão Machado de
Miranda, dono do povoado de Cunhaú, suas filhas pequenas, e dezenas de outras
pessoas. A maioria das mais de 80 vítimas dos dois massacres morreu ao ser
trancada pelos holandeses nas igrejas dos povoados, que foram em seguida
incendiadas. Entre os 30 mártires, além de Moreira, também estão os padres
André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro.
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