Chuvas provocaram alagamentos e deixaram desabrigados em cidades de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul.
“No caso do Nordeste, apesar de todos os transtornos é normal chover forte no meio do ano” – Foto/JoãoSantos |
Nos últimos dias, cidades de Pernambuco, Alagoas e Rio
Grande do Sul foram atingidas por fortes chuvas, que fizeram mais de 30 mil
pessoas deixarem suas casas. Entenda os fenômenos que têm provocado as chuvas
no Nordeste e no Sul:
No Nordeste, o fenômeno ocorre por causa de um fluxo de
vento que vem do oceano carregado de ar úmido, formando nuvens carregadas na
costa e na Zona da Mata. De acordo com o meteorologista Celso Oliveira, da
Somar Meteorologia, trata-se de um sistema chamado onda de leste, comum nesta
região no outono e inverno.
“No caso do Nordeste, apesar de todos os transtornos provocados pela chuva, é normal chover forte no meio do ano. Este ano, está chovendo mais do que a média histórica, mas isso não é considerado estranho”, diz Oliveira.
Essa situação deve continuar nas próximas semanas, mas as
chuvas devem caminhar para a região mais ao norte do Nordeste, atingindo
capitais como Natal, Fortaleza e São Luiz nos próximos dias.
Já no Sul, a chuva é provocada por frentes frias que estão
com dificuldade para avançar sobre o estado em direção ao Sudeste por causa de
um bloqueio atmosférico. “É comum a formação de frentes frias, que são sistemas
chuvosos que provocam queda de temperatura. Elas se formam na região do Uruguai,
atravessam a região Sul, passam por São Paulo e vão para o oceano”, diz
Oliveira.
O que ocorre agora é que os ventos no Rio Grande do Sul
estão a uma grande altitude, fazendo com que as frentes frias se desloquem mais
lentamente e fiquem mais tempo atuando sobre o estado, o que faz com que
despejem uma quantidade de chuva acima da média na região.
As chuvas no Sul devem continuar nos próximos dias, afetando
principalmente o Paraná a partir do fim de semana. No interior do Brasil, em áreas do Centro-Oeste e Sudeste,
um sistema de alta pressão tem provocado a redução da umidade e da chuva nos
últimos dias. Ainda assim, segundo Oliveira, o outono de 2017 tem sido mais
úmido do que o normal, mesmo nessas regiões.
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