O grupo de 16 terá atletas da ativa e ou aposentados em busca de qualificação para o mercado de trabalhos.
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A afogadense Yane Marques participará do projeto do COB
Foto: Reprodução
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Depois de uma vida dedicada ao esporte, um horizonte de
dúvidas: o que fazer após a aposentadoria? Seja para quem já parou ou para quem
ainda pretende competir por algumas temporadas, o Comitê Olímpico do Brasil
(COB) oferece o Programa de Carreira do Atleta (PCA) para ajudar nesta
transição. Nesta terça-feira (20 de junho de 2017), nove dos 16 inscritos na
quinta turma estiveram na sede da entidade para o lançamento do projeto.
Na abertura do evento, feita pelo general Augusto Heleno
Ribeiro, foram exibidos um vídeo em homenagem aos que competiram na Rio 2016 e
outro mostrando depoimentos de ex-atletas e dirigentes. Como este foi produzido
há cerca de cinco anos, houve duas gafes: entre os testemunhos estava o de
Ricardo de Moura, ex-superintendente da Confederação de Desportos Aquáticos
(CBDA) que se entregou à Polícia Federal em abril durante a operação Águas
Claras, e o de Marcus Vinícius Freire, que apareceu creditado como diretor
executivo de esportes, apesar de já ter deixado a entidade.
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As oito atletas da foto fazem parte da turma de 16 atletas inscritos
Foto: Heitor Vilela/COB
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Focados no conteúdo desses depoimentos, Aline Silva (luta
olímpica), Evelyn dos Santos (atletismo), Fabiana Beltrame (remo), Fernandinha
(vôlei), Jade Barbosa (ginástica artística), Luana Bartholo (remo), Tiago
Camilo (judô), Thaíssa Presti (atletismo) e Yane Marques (pentatlo moderno) assistam
também a uma palestra do campeão olímpico Nalbert, que integrou a primeira
turma do projeto – que na época ainda se chamava Programa de Apoio ao Atleta
(PAA) -, palavras de incentivo à busca por conhecimento.
Jade Barbosa, de 25 anos, acredita que ainda pode contribuir
com a seleção brasileira, mas quer preparar uma transição tranquila para quando
chegar a hora de abandonar o alto rendimento.
– Eu nem penso em parar, quero algumas Olimpíadas ainda, só
que surgiu a oportunidade. Às vezes a gente tem um preconceito de plano de
carreira ser para quem está acabando, mas acho que não, que quanto mais cedo
você tiver esse auxílio melhor você vai administrar. A gente fica muito tempo
fazendo a mesma coisa e não tem as mesmas oportunidades que as pessoas têm de
estudo. Tem que abdicar muito dessa parte, então ter o auxílio de uma equipe
competente para saber como lidar, além de ver exemplo de outros atletas, isso
fica mais próximo da gente – disse Jade.
Medalhista de bronze em Londres 2012, Yane Marques
desacelerou após a Rio 2016. Em janeiro deste ano aceitou o convite para ser
Secretária Executiva de Esportes de Recife e vive uma rotina dupla desde então.
Acorda às 4h da manhã para treinar e depois vai para o gabinete, de onde diz
não ter hora para sair. Mesmo antes do lançamento oficial da turma, Yane a
pentatleta tem recebido dicas do coach Antonio Carlos Moreno, que é funcionário
do COB, e as têm aplicado em seu dia a dia.
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Atletas e equipe do COB posam no intervalo entre palestras desta terça
Foto: Heitor Vilela/COB
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– Já estou fazendo coaching com o Moreno, a gente já tem
utilizado isso para otimizar meu trabalho, meu tempo, trabalhar legal. Mas,
claro, me apresentar outras coisas. Sei que tenho que continuar me capacitando,
Já vou retomar meu curso de inglês. São toques e conselhos que temos aqui no
COB e que vale a pena ressaltar. Esse trabalho me dá um sentimento de continuar
sendo amparada. Existe vida após carreira de atleta e não é fácil, eles
entendem e estão dando esse suporte – disse Yane, que já é formada em Educação
Física.
A campeã mundial de remo Fabiana Beltrame já se aposentou oficialmente
e após um mês de “férias” decidiu abrir um negócio próprio. Mudou-se do Rio de
Janeiro para Florianópolis e juntou-se a outros três sócios para montar um box
de crossfit. O empreendimento está funcionando há três meses, e ela espera que
o apoio do COB a ajude a se capacitar cada vez mais para as funções múltiplas
que exerce.
– Meu marido é ex-atleta também, pensamos o que fazer depois
de parar. Aí voltamos para Floripa e decidimos abrir o box. Como não tive esse
“destreinamento” citado na palestra, acho que o crossfit me ajudou a desfocar
um pouco do remo. Fiquei 19 anos só treinando remo, focada naquilo, e o
crossfit me abriu mais o horizonte para novas modalidades. Sou formada em
Educação Física, me certifiquei como coach, e hoje trabalho como assistente dos
coaches e também na administração.
Além dos atletas citados acima, também integram a quinta
turma do projeto Dani Piedade (handebol), Daniele Hypolito (ginástica
artística), Érika Coimbra (vôle), Érika de Souza (basquete), Dara (handebol),
Henrique Barbosa (natação) e Luciano Corrêa (judô).
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