O novo filme da franquia Planeta dos Macacos: A Guerra, estreou na semana passada, é repleto de efeitos especiais.
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Planeta dos Macacos: A Guerra, saiu nos cinemas no último dia 3
Foto: Reprodução
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Planeta dos Macacos: A Guerra, que saiu nos cinemas no
último dia 3 de agosto de 2017, é uma aula de Coleridge. No filme, uma linhagem
de símios inteligentes e falantes, liderada pelo carismático chimpanzé César,
varre a espécie humana da Terra. E quem assiste não só mergulha de cabeça nessa
remota possibilidade científica como assume o lado dos macacos (!) – em cinemas
de todo o mundo, grupos de Homo sapiens pagam ingresso para torcer
pela própria aniquilação.
O novo título da franquia, como dá para imaginar pelo
parágrafo anterior, é o último de uma trilogia que conta como o mundo que
conhecemos foi parar na mão dos primatas, armando o cenário pós-apocalíptico
do Planeta
dos Macacos original, de 1968.
Por causa disso, o diretor Matt Reeves dá uma mãozinha para
quem pegou o bonde andando, e antes da cena de abertura, com frases breves
projetadas na tela, resume o que aconteceu na saga até agora. Nada te impede, é
claro, de assistir aos dois filmes anteriores, de 2011 e 2014 – eles não são
tão bons quanto o de 2017, mas ainda estão bem acima da média
dos blockbusters.
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Planeta dos Macacos: A Guerra
Foto: Reprodução
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Ao contrário do que vende o título, A Guerra não é
um filme de guerra o tempo todo. Em sua receita, além de muitos (muitos) tiros,
vão faroeste, Bíblia, um drama psicológico convincente e referências
históricas.
O chimpanzé César (Andy Serkis) é uma espécie de Moisés
particularmente peludo. No período em que se passa a história, graças a um
vírus criado por cientistas humanos, ele e os demais macacos já atingiram o
mesmo grau de inteligência do Homo sapiens. César discursa como Getúlio
Vargas, cavalga como Lancelot e é padrão John Lennon de pacifismo.
O mesmo vírus que cria super símios mata seres humanos. Em
um mundo vazio, com as cidades abandonadas já tomadas pela natureza, o cruel
Coronel McCullough (Woody Harrelson) lidera um pequeno exército de humanos
sobreviventes, imunes à “gripe símia”.
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Foto: Reprodução
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O quartel humano também é uma espécie de campo de
concentração, em que macacos que costumavam seguir Koba – um bonobo que se revoltou
contra a causa de César e foi morto – são submetidos a trabalhos forçados.
McCullough é uma versão pós-apocalíptica do Coronel Kurtz
de Apocalypse Now. Seu humor, com jeitinho de psicopata, flutua de maneira
imprevisível, e inclui ataques de fúria e momentos reflexivos típicos dos
vilões de Gary Oldman. Ele quer salvar a humanidade – o que em princípio é uma
boa ideia –, mas também pôs um belo preço na cabeça de César, o herói que os
dois filmes anteriores nos ensinaram a amar e apoiar. De óculos aviador e e
cabeça raspada, o personagem de Harrison é o estereótipo do militar intolerante
– que você simplesmente não consegue apoiar, mesmo quando é a extinção do ser
humano que está em jogo.
Tudo isso é narrado no tom mais sóbrio possível – e volta e
meia beira o solene. O filme, na contramão de tantos longas de super-herói, não
usa o humor para se ironizar ou aliviar a tensão.
Nos minutos iniciais, McCullough atira a primeira pedra, e
põe César em um dilema: dar a outra face ou buscar a vingança. A segunda opção
atira o líder símio em uma aventura envolvente, a que se unem Bad Ape – o
alívio cômico – e a humana Nova – uma criança muda que seu escudeiro Maurice,
o macaco mais simpático (e sábio) da história do cinema, decide adotar. Daí
para frente é spoiler– melhor não comentar.
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Planeta dos Macacos: A Guerra
Foto: Reprodução
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Ao longo do filme, é impossível se lembrar de que por trás
da computação gráfica de César há um ator humano. Cada movimento do rosto de
Serkis se traduz nas feições do chimpanzé, o que, segundo o ator, é mérito da
pós-produção.
“O básico não mudou muito. Você veste um macacão com pontos
que mandam um sinal que é captado por câmeras em 360º graus, e você veste uma
câmera montada na cabeça, que captura sua expressão facial”, explicou
Serkis à SUPER. “O que mudou mesmo foram os artistas e o programa que eles usam
para gerar os personagens depois. As performances dos atores são renderizadas
com muito mais fidelidade.”
César talvez não fosse o herói que
os blockbusters queriam, mas era o que eles precisavam. Com crise de
meia idade, dilemas éticos e uma jornada quase religiosa, ele leva nas costas
três filmes perfeitamente coerentes e conectados entre si – que funcionam como
um todo sólido, e não uma sequência de afterthoughts feitos à toque
de caixa para encher os bolsos.
Fontes: Super/ S1 Notícia
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