As causas da insônia são variadas, podendo ser movidas por motivos físicos Foto: Reprodução |
Há pessoas que não precisam de muito esforço para dormir,
basta virarem para o lado para deitarem-se confortavelmente nos braços do sono
profundo, que nem uma bomba seria capaz de despertá-los. Mas há pessoas que
sofrem com insônia. Esse mal pode ser definido pela dificuldade em pegar no
sono, mas também quando acordamos muitas vezes durante a noite.
Estima-se que 40% da população brasileira sofrem ou já
sofreram com esse tipo de problema. As causas da insônia são variadas, podendo ser movidas por
motivos físicos, psicológicos e até hereditários. Estresse, ingestão de álcool
à noite, tabagismo, depressão, histórico de insônia na família, idade avançada
e até a menopausa podem ser os princípios desencadeadores do distúrbio.
É comum que as pessoas compensem uma noite ruim de sono, com
sonecas extras durante o dia. No imaginário popular, horas divididas de sono
contabilizam a quantidade total que devemos descansar durante um dia. Mas será que o resultado é o mesmo nessa situação? Afinal, o
que é pior: não dormir nada ou dormir pouco?
Para responder a essa questão, o Professor Sadeh, liderou um
estudo produzido pela Universidade de Ciências Psicológicas de Tel Aviv, em
Israel. A pesquisa foi publicada pelo jornal médico Sleep.
O professor e sua equipe conduziram o estudo com estudantes
que se voluntariaram para o teste. Acostumados a dormirem 8 horas por dia, o
experimento testou os alunos a enfrentarem uma noite de sono que seria
interrompida no mínimo quatro vezes, por ligações telefônicas.
Antes de voltarem a dormir eles ainda deviam completar uma
tarefa de 10 a 15 minutos. Para então tentarem pegar no sono outra vez. O sono deles foram monitorados de suas próprias casas
através de um relógio de pulso que identificava quando eles estavam dormindo e
quando estavam acordados.
No dia seguinte, os estudantes passaram por um novo teste
para verificar a atenção e o estado de alerta depois da péssima noite de sono.
Além disso, eles também preencheram um questionário sobre a variação de humor
depois de serem interrompidos tantas vezes pela noite.
Como é de se esperar o experimento mostrou uma conexão
direta entre a insônia e a falta de atenção e o mal humor. Isso porque eles
foram submetidos ao teste por uma noite apenas.
“Nosso estudo mostra o impacto de apenas uma noite mal dormida,”, explica o professor, “mas sabemos que esses efeitos são acumulativos […]”.
Sadeh ainda esclarece que mesmo quando as interrupções do
sono são pequenas, de dez a quinze minutos, isso acaba com o ritmo natural do
sono. As pesquisas do professor demonstram que o sono interrompido
é equivalente a não mais que quatro horas consecutivas de sono. E como os
sintomas se acumulam ao longo do tempo, dormir pouco é tão ruim quanto não
dormir nada.
“Nosso estudo é o primeiro a demonstrar serialmente a cognição deletéria e os seus efeitos emocionais”, esclarece o pesquisador. “A pesquisa do sono tem focado nos últimos 50 anos apenas na privação do sono, e praticamente ignorado o impacto das interrupções noturnas, que é um fenômeno dominante entre as pessoas.”
Mas o professor acredita que seu estudo pode chamar a
atenção da comunidade científica e das pessoas para o problema.
“Eu espero que o nosso estudo traga mais a atenção dos cientistas e das clínicas, que devem reconhecer o preço que os indivíduos pagam por suportar frequentemente noites de sono interrompidas.”
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