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27 de out. de 2013

Sabia que a gravidez pode aumentar o risco de gengivite?

Bactérias causadoras penetram mais facilmente na corrente sanguínea durante a gestação

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Bactérias causadoras penetram mais facilmente na corrente sanguínea durante a gestação

Gravidez pode aumentar risco de gengivite
Foto: Shutterstock
A gravidez é um período de constantes mudanças que vão além da barriga que cresce para abrigar o bebê em formação. Quem já passou por isso sabe que apesar de ser uma das experiências mais bonitas que uma mulher pode viver, há também alguns incômodos. Todo o metabolismo se altera, a gestante fica mais sensível, sente mais sono, desejos por comidas estranhas, enjoos… Com tantas novas preocupações, as futuras mamães não podem esquecer de manter os cuidados com sua saúde bucal.

Durante a gestação deve-se ir ao dentista com a mesma frequência, ou ainda mais vezes do que antes. Além do acompanhamento do desenvolvimento do bebê e dos demais exames, o pré-natal inclui também cuidados com a saúde bucal das futuras mamães. “A mulher deve continuar tendo os mesmos cuidados de quando não estava grávida, com alimentação saudável e higiene bucal adequada, não deve ter problema nenhum”, afirma a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultora da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) Márcia Vasconcelos.

Ela explica que a única diferença em relação às outras pessoas é a indicação de que sejam evitados tratamentos odontológicos no primeiro trimestre da gravidez, pelo risco de complicações no período delicado da formação do embrião. A recomendação também vale para o final da gravidez, neste caso para evitar desconforto à própria gestante, pelo tamanho da barriga. “É claro que se for algo urgente, ou se a paciente estiver com dor, é melhor fazer o tratamento. O dentista deve avaliar o que é melhor.”

De acordo com a professora, é um mito a crença de que a gravidez piora a saúde bucal. Ela explica que as alterações metabólicas que ocorrem neste período fazem com que as bactérias causadoras da gengivite penetrem mais facilmente na corrente sanguínea, deixando as gestantes mais suscetíveis à doença. No entanto, se forem mantidos os hábitos de higiene - iguais para todos - não há motivos para preocupação.

Além da própria saúde, há ainda mais um motivo para não descuidar da higiene bucal durante a gravidez: segundo Márcia, alguns estudos relacionam doenças periodontais a um risco maior de parto prematuro. Um dos estudos pioneiros sobre o assunto foi realizado em 1996 por Steven Offenbacher, do departamento de Periodontia da Escola de Odontologia da University of North Carolina, nos Estados Unidos. No trabalho, foi constatado que mães com patologias periodontais apresentaram risco 7,5 vezes maior de nascimentos prematuros e bebês com baixo peso para a idade gestacional do que as que não tinham problemas gengivais. Uma possível explicação seria a entrada dos micro-organismos responsáveis pelos problemas periodontais da mãe na corrente sanguínea, podendo alcançar a placenta e o líquido amniótico, aumentando o risco de antecipar o parto.

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