Todos nós passamos ou vamos passar por isso e é simplesmente incrível quando o sentimento é recíproco. A questão é: por que nos apaixonamos?
O que se sabe é que o amor romântico acontece por uma série de fatores – Reprodução |
De repente alguém do seu convívio passa a despertar seu
interesse. Vocês conversam e seu coração dispara, as mãos tremem, a garganta
fica seca e você tem a nítida sensação de que pelo menos duas dúzias de
borboletas resolveram habitar seu estômago. Passa um tempo e batata: a tal
pessoa habita seus sonhos e tudo o que você quer é ficar perto dela.
Salvo raras exceções, todos nós passamos ou vamos passar por
isso e é simplesmente incrível quando o sentimento é recíproco. A questão é:
por que nos apaixonamos? Por que temos essa quase necessidade de encontrar uma
pessoa para amar e sentir vontade de ficar junto, de proteger e de rodopiar com
ela de mãos dadas por aí? Quais são os fatores que fazem com que passemos a
gostar de alguém?
O que se sabe é que o amor romântico acontece por uma série
de fatores, possivelmente com o objetivo de preservar a nossa espécie e, de
acordo com um estudo de 1989, alguns quesitos precisam ser preenchidos para
que, sem nos darmos conta, uma pessoa passe a ser vista de uma maneira diferente:
1 – Semelhanças: Isso inclui desde similaridade em
termos de crenças e traços de personalidade até ideologias e forma de
pensamento.
2 – Propinquidade: Tendemos a gostar de pessoas que
vivem geograficamente próximas a nós. Isso acontece porque, para que o
relacionamento funcione, é preciso que o casal tenha como se ver com frequência
e passar um tempo juntinho.
3 – Características desejáveis: Aqui entram aqueles
detalhes da aparência física da pessoa que chamam a nossa atenção: pode ser os
olhos, o cabelo, o formato das mãos...
4 – Reciprocidade: Quando a outra pessoa também se
sente atraída por você, a tendência é a de que vocês dois acabem se gostando
mais ainda.
5 – Influências sociais: A possibilidade de uma pessoa
satisfazer suas necessidades sociais se aceitar ficar ao seu lado é um fator
decisivo em termos de paixão.
6 – Outras necessidades: Se a pessoa supre sua
necessidade de companheirismo, amor e de expectativas sexuais, por exemplo, é
bem possível que o relacionamento engrene.
7 – Fazer coisas incomuns, excitantes: Estar com uma
pessoa em um ambiente diferente e fazer com ela algumas coisas que fogem da
rotina dos dois é uma maneira ótima de despertar o amor romântico.
8 – Passar um tempo sem mais ninguém por perto: Nem
precisa dizer, né, que essa é uma forma garantida de dar aquele empurrãozinho
para que as coisas fluam entre os dois pombinhos... De qualquer forma, não
custa lembrar.
9 – Mistério: A sensação de não saber tudo sobre uma
pessoa e de não ter certeza sobre o que ela pensa e sente é algo que pode ser
bastante excitante em termos de paixão e de amor romântico.
Esses itens foram levantados com base em relatórios de
estudantes universitários que descreveram suas experiências amorosas. Os
fatores que mais contaram foram características consideradas desejáveis e que
estão presentes na outra pessoa e, claro, a famigerada reciprocidade.
De acordo com a conclusão do estudo, entrar em um
relacionamento amoroso sério requer deixar de lado alguns aspectos da nossa
autonomia. Agora se a outra pessoa tem características que consideramos
desejáveis e admiráveis, a presença dela em nossa vida pode ser compreendida
como uma expansão da nossa personalidade, e não como um tipo de perda de
liberdade.
Em 2007, um estudo neurológico confirmou as descobertas
psicológicas feitas ao final da década de 1980. Pessoas apaixonadas têm níveis
mais baixos de serotonina, que é a substância que nos dá a sensação de
satisfação. Em termos químicos, podemos dizer que o amor nos traz uma espécie
de TOC.
É justamente por isso que alguns dos fatores citados acima,
como excitação e mistério, quando relacionados com o sentimento de amor,
aumentam as chances de nos sentirmos mais ansiosos, o que faz subir a nossa
pressão arterial e os níveis de adrenalina no corpo.
A relação entre amor e adrenalina é tão verdadeira que a
existência dessa substância pode fazer com que uma pessoa acredite estar
apaixonada, ainda que não esteja. É ela, a adrenalina, que faz também com que
seja mais fácil nos apaixonarmos por alguém que conhecemos em meio a uma
situação emocionante.
Já com relação à proximidade, o que acontece é que estar
perto de alguém de quem gostamos faz com que nosso corpo produza mais dopamina,
que é hormônio que nos dá sensação de prazer. Quando estamos apaixonados, a
simples lembrança do ser amado já faz com que o cérebro produza essa
substância.
Com o passar do tempo, o amor que sentimos por aquela pessoa
que conquistou nosso coração e a reciprocidade desse sentimento, nos fazem
produzir os hormônios ocitocina e vasopressina, que estão diretamente
relacionamos com a criação de laços e de fidelidade entre as pessoas. Aí é só
aproveitar e ser feliz.
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