Imagine entrar em uma loja e não conseguir ler as embalagens dos alimentos, ou ser incapaz de ler um e-mail, pagar contas ou até mesmo responder uma simples mensagem de texto.
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Imagine a sua vida se você não soubesse ler ou escrever – Reprodução |
Ele contou que na segunda série era taxado de idiota, e que
em uma ocasião chegou a ser punido quando se recusou a ler. Assim, seguiu com
dificuldade o restante de sua jornada escolar. “Eu me lembro que quando
tinha oito anos, pedi a Deus: ‘Por favor, se amanhã me pedirem para ler, que eu
consiga”, disse.
Então, para tentar esconder sua dificuldade de ler e
escrever passou a se comportar mal na escola, correndo pelos corredores até que
fosse suspenso.
Então, quando recebia tarefas para casa, pedia aos amigos para
que o fizessem, e quando tinha provas, costumava colar para se sair
bem. Assim, “trapaceando”, ele conseguiu terminar a escola e entrar em uma
faculdade. Ele descobriu que era muito bom em jogar basquete, o que lhe
garantiu uma bolsa em uma universidade.
Ele notou então que o ensino superior seria um desafio
ainda maior, e para isso teve de aperfeiçoar seu talento de disfarçar a
condição. Ele até tentava reunir as informações que os professores passavam e
os tipos de perguntas que costumavam fazer, mas, durante as aulas, matava o
tempo riscando o caderno de modo a fingir que estava fazendo anotações, e em
seguida arrancava as folhas e jogava fora para que ninguém soubesse que era
incapaz de escrever. Também costumava passar horas encarando livros, fingido
que lia.
Assim, utilizando diferentes truques, ele conseguiu terminar
a faculdade e até mesmo conseguir um título de “professor de inglês”. Como na
época havia uma escassez de professores, foi admitido como um em uma escola
primária, dando início a uma trajetória que duraria 17 anos, embora fosse
analfabeto. Para conseguir dar aulas, ele pedia a diferentes alunos que
lessem as atividades do livro e, em seguida, as copiassem no quadro. Para
corrigir as provas, colocava-as em sobreposição a um molde com as alternativas
corretas. E foi assim que conseguiu lecionar por quase duas décadas em
diferentes escolas.
Em 1965, Jonh conheceu sua futura esposa, Kathy, a quem
confidenciou seu segredo. Ele contou que, antes do casamento, revelou a ela que
não podia ler. Então, uma vez juntos, era ela quem lia e respondia suas cartas,
bem como escrevia seus artigos. Ela afirmou que o motivo de não ter ensinado o
marido a ler era que ninguém conseguia ajudá-lo.
No outono de 1986, quando completou 48 anos, abriram dentro
de uma biblioteca, uma oficina de leitura administrada por sua mulher. Pouco
tempo depois disso, trabalhando pacientemente com o método fonético, letra por
letra, ele aprendeu a ler. Um ano depois, ele já conseguia ler livros, jornais,
revista e embalagens. Segundo ele, “ler era tão maravilhoso quanto cantar”.
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