Quatro países concentram metade das mortes relacionadas ao tabaco; no Brasil, em 25 anos, porcentagem de fumantes caiu de 29% para 12% entre homens e de 19% para 8% entre mulheres.
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A proporção é ligeiramente diferente da registrada 25 anos antes – Reprodução |
Cigarro é responsável por uma em cada 10 mortes no mundo e
metade das mortes causadas pelo fumo ocorre em apenas quatro países.
China, Índia, Estados Unidos e Rússia concentram mais da
metade das mortes atribuídas ao tabaco, de acordo com estudo divulgado esta
semana pela publicação científica "The Lancet".
O Brasil, por sua vez, aparece na pesquisa que analisou
195 países entre 1990 e 2015 como "uma história de sucesso digna de
nota" por causa da redução significativa no número de fumantes nos últimos
anos.
O estudo, financiado pela Bill & Melinda Gates
Foundation e pela Bloomberg Philanthropies, constatou que, em 2015,
aproximadamente 1 bilhão de pessoas no mundo fumavam diariamente: um em quatro
homens e uma em 20 mulheres.
A proporção é ligeiramente diferente da registrada 25 anos
antes. Em 1990, eram um em cada três homens e uma em cada 12 mulheres.
O aumento populacional, contudo, representou um incremento
no número total de fumantes, de 870 milhões em 1990 para o quase 1 bilhão de
2015. E o número de mortes representa um aumento de 4,7% de 2005 a
2015.
Segundo os pesquisadores, a mortalidade pode ter aumentado
porque as companhias de tabaco adotaram estratégias mais agressivas em novos
mercados, em especial em países em desenvolvimento.
"Apesar de mais de meio século de evidências dos
efeitos prejudiciais do tabaco na saúde, atualmente, um em cada quatro homens
no mundo fumam diariamente", diz uma das autoras do estudo, Emmanuela
Gakidou.
"Fumar cigarro continua sendo o segundo maior fator de
risco de mortes prematuras e deficiências e, para reduzir seu impacto, devemos
intensificar seu controle", avalia a pesquisadora.
Brasil
O estudo conclui que alguns países conseguiram ajudar
pessoas a parar de fumar, em geral combinando impostos mais altos com avisos
sobre os danos à saúde nos maços e programas educacionais.
Um exemplo é o Brasil, que, em 25 anos, viu a porcentagem de
fumantes diários despencar de 29% para 12% entre homens e de 19% para 8% entre
mulheres.
O país ocupa o oitavo lugar no ranking de número absoluto de
fumantes (7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens), mas a redução
coloca o Brasil entre os campeões de quedas do número de fumantes.
Por outro lado, de acordo com o estudo, Bangladesh,
Indonésia e Filipinas não viram nenhuma mudança relativa em 25 anos. Na Rússia,
houve aumento no número de mulheres que fumam e tendências similares foram
identificadas na África.
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