Veja questões que, dependendo da fase ou da necessidade, precisam ser contempladas nas consultas.
É fundamental sair do consultório com pelo menos nove perguntas respondidas – (Foto: Ile Colagens/SAÚDE é Vital) |
O ginecologista é um dos profissionais de saúde mais
importantes para a saúde da mulher.
Mas não basta visitá-lo rapidamente. Em nome da saúde, é
fundamental sair do consultório com pelo menos nove perguntas respondidas.
Confira:
1. Qual o contraceptivo ideal?
Evitar a gravidez sempre foi uma atribuição
exclusiva da mulher. Mas a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
(Febrasgo) quer mudar essa visão com a campanha. “A escolha
do contraceptivo tem de ser compartilhada pelo casal, não só pela
parceria, com o ginecologista”, defende o médico César Fernandes, presidente da
entidade.
Como existem várias opções, a seleção deve pesar prós e
contras. “Ela depende de uma tríade: o perfil da mulher, o perfil do método e o
contexto”, resume o ginecologista Silvio Franceschini, da Universidade de
São Paulo, em Ribeirão Preto. Questões como dor pélvica, histórico
familiar de trombose e câncer de mama, vontade de engravidar mais tarde,
hábitos e até personalidade precisam ser levadas em conta. “Há mulheres mais
esquecidas que não conseguem aderir à pílula”, cita Franceschini.
2. Dor no sexo é normal?
Um levantamento britânico, em cima de 7 mil entrevistas,
revela que uma em cada dez mulheres sente desconfortos durante a relação. A
chateação afeta todas as idades e ainda é tabu no consultório. “Há muita
vergonha e desconhecimento do próprio corpo”, observa a ginecologista Mariana
Maldonado, do Rio de Janeiro.
Segundo ela, parte dos perrengues por trás das dores é
identificada na consulta mesmo. “Os mais comuns são as alergias a sabonetes ou
protetores de calcinha”, diz. As dores na relação podem ser do tipo profunda ou
superficial. Endometriose, pólipos, DSTs e até condições como
prisão de ventre e bexiga cheia levam ao incômodo durante a penetração. Já
alergias, infecções urinárias, vaginismo e vulvodínia são as principais razões
da aflição logo na entrada da vagina.
Três problemas comuns que causam dor durante as relações
sexuais
Vaginismo: contração involuntária dos músculos da
vagina no momento do ato sexual.
Como se trata? Terapia sexual ou psicoterapia para domar
a ansiedade.
Vulvodínia: disfunção que causa muita sensibilidade e
sensação de ardência e queimação na vulva.
Como se trata? Remédios que aplacam o desconforto e zelam
pela pele da região.
Endometriose: é o extravasamento do tecido que reveste
o útero. Também pode gerar sangramento e infertilidade.
Como se trata? Terapia hormonal, como pílula de uso
contínuo, e cirurgias.
3. Urgência em ir ao banheiro preocupa?
A bexiga hiperativa atinge 18,9% da população feminina. “Mas
é comum a pessoa achar que é natural e não procurar tratamento”, afirma a
terapeuta sexual Iane Melotti, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Quem sofre com a disfunção, cuja causa ainda não é conhecida,
vai diversas vezes ao banheiro, inclusive na madrugada. Em estudo com 274
mulheres, Iane constatou que os casos mais sérios de bexiga hiperativa estão
associados a ansiedade e depressão.
Medicamentos - São a principal estratégia. Remédios específicos reduzem a atividade do músculo
que expulsa a urina.
Fisioterapia - São feitos exercícios de contração e relaxamento da musculatura do períneo em
sessões de 30 minutos.
Eletroestimulação - Eletrodos emitem impulsos elétricos para diminuir as contrações involuntárias
da musculatura da bexiga.
4. Preciso fazer testes para DST?
Hoje os médicos só pedem os exames se há suspeita de doença
sexualmente transmissível. “Mas eles deveriam fazer parte da rotina nas
consultas”, propõe Valentino Magno, ginecologista do Hospital de Clínicas
de Porto Alegre.
É também a opinião do Conselho Federal de Medicina (CFM),
que aprovou uma resolução orientando ginecologistas a prescrever os testes a
todas as pacientes. Isso evita constrangimento e atrasos na detecção. Segundo o
CFM, 25% das infecções por HIV são descobertas em estágio avançado.
5. O que dizem as secreções?
Para início de papo, toda vagina saudável produz e libera
fluidos. Essa secreção é formada por líquidos da mucosa vaginal e do colo do
útero e pelas bactérias naturais, que ajudam a umedecer, limpar e lubrificar a
região. No entanto, quando algo não vai bem, as secreções mudam de cor, textura
e cheiro.
“O equilíbrio é rompido se usamos produtos inadequados,
abafamos demais a região, transamos sem camisinha ou estamos com imunidade
baixa”, explica Mariana. Para prevenir esses chabus, prefira sabonetes neutros
e calcinhas de algodão.
No mais, entenda o que as cores entregam:
Transparente ou esbranquiçada
É sinal de que as coisas estão numa boa. Algumas mulheres produzem mais e
outras menos. O odor pode variar, mas não é muito forte.
Branca e leitosa
Se estiver acompanhada de coceira e vermelhidão local, é candidíase na certa.
Ainda assim, não costuma ter cheiro. É preciso tratar.
Amarelada ou esverdeada
Pode ser vaginose, causada por uma bactéria e marcada por um odor bem ruim, ou
tricomoníase, DST que nem sempre muda o cheiro.
6. Está tudo bem com a tireoide?
Embora não seja o expert na glândula, o ginecologista é quem
costuma pedir os exames para detectar desequilíbrios ali entre as mulheres. Os
hormônios femininos interferem com a tireoide, o que explica por que elas são
de cinco a oito vezes mais suscetíveis a seus distúrbios do que os homens.
Falamos de problemas que carecem de diagnóstico e tratamento
quanto antes. O hipotireoidismo, por exemplo, pode provocar de irregularidades
no ciclo menstrual a infertilidade.
Conheça os distúrbios de tireoide mais
comuns:
Hipotireoidismo - O déficit na produção do hormônio atinge até 10% da população. O tratamento
envolve reposição hormonal.
Hipertireoidismo - A glândula fabrica hormônio demais, acelerando todo o corpo. Combatido com
drogas, iodo radioativo ou cirurgia.
Nódulos - Identificados por ultrassom, são inofensivos em 80% dos casos. Nas situações de
perigo, são removidos em cirurgia.
7. Como lidar com o ressecamento vaginal?
Eis um problema que afeta ou vai afetar todas as mulheres em
algum momento. Apesar disso, 56% das brasileiras com mais de 55 anos acham que
apenas as mais velhas penam com ele, de acordo com uma pesquisa encomendada
pela Teva Farmacêutica.
Saiba que o ressecamento não é exclusivo dessa fase, não.
Pode ocorrer em diversos períodos, especialmente antes da menstruação,
no pós-parto e durante e após a menopausa. “Ele está associado à
queda ou ao fim da produção de estrogênio”, explica a ginecologista Maria Lúcia
Müller, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A solução é hidratar a vagina,
com cremes ou via reposição hormonal, se não houver contraindicações.
8. É ou não é hpv?
Na maioria das DSTs, um bom exame físico é meio caminho
andado para detectar o problema. Com o HPV, a história é outra. Primeiro
porque o papanicolau, método recomendado a partir dos 25 anos, tem uma chance
de erro de 20% dependendo da coleta de células. Ou seja, a amostra pode dar um
falso negativo.
Na dúvida, o teste de biologia molecular, um exame de sangue
mais específico, deveria ser indicado só que isso nem sempre acontece. A
maioria das mulheres infectadas se livra do vírus naturalmente. Mas,
em 40% dos casos, ele provoca lesões que, se não tratadas, podem evoluir para o
câncer de colo de útero.
Segundo o ginecologista Paulo Naud, professor
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o danado encontra na mucosa
da vagina condições propícias para se reproduzir e propagar. Hoje a vacina é a
melhor estratégia preventiva.
Um perfil do vírus
Quem é? O papilomavírus humano (HPV) é um grupo de agentes
infecciosos que se instalam na pele e em mucosas.
O que causa? Alguns tipos provocam verrugas, outros estão
por trás de lesões que, se não tratadas, podem virar um tumor.
Como se detecta? Pelo exame de papanicolau (indicado a todas
as mulheres) e, se preciso, pelo teste molecular.
Qual o tratamento? Dependendo do estágio das lesões, podem
entrar em ação cauterizações, remédios ou cirurgias.
9.Para que mexer na aparência?
O rejuvenescimento íntimo está em alta. De acordo com
pesquisa da Viveve, empresa especializada em sexualidade feminina, a
prioridade entre as brasileiras que optam por uma plástica vaginal é melhorar
a vida sexual.
Elas recorrem a esse expediente em situações como aumento de
volume dos pequenos lábios e flacidez na região. “O procedimento é indicado
quando existe impacto na autoestima ou na funcionalidade”, esclarece a médica
Tatiana Turini da Cunha, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Plástica vaginal: as principais técnicas
Cirurgias - As mais procuradas buscam corrigir casos de aumento dos lábios da vagina ou
flacidez do períneo. Laser - É indicado para mulheres que acham sua vulva muito escurecida. Também melhora
flacidez e sensibilidade.
Radiofrequência - Estimula a parte sensorial do órgão ao produzir contrações na entrada da
vagina. Isso daria mais prazer às relações.
0 comentários:
Postar um comentário