Contemplativo, o filme não contém falas, apenas poucas interjeições e pequenos barulhos, como o som das ondas.
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A animação abandona qualquer semelhança com outras obras de náufragos – Reprodução |
Do longínquo Robinson Crusoé (1719), na
literatura, a O náufrago (2000), no cinema, a ficção explorou
diversas vezes o mote de um personagem preso a uma ilha. A animação A
tartaruga vermelha, esboça, nos primeiros minutos, uma nova versão da premissa
clássica, ao mostrar um homem buscando saída do lugar onde está ilhado.
A trama toma rumo diferente quando o personagem nota que uma tartaruga vermelha
tem sido responsável pelos sucessivos fracassos ao tentar sair da ilha. Ele
constrói diversas jangadas, mas sempre que entra no mar, a embarcação é
destruída por golpes que o animal dá com o casco.
A partir desse momento, a animação abandona qualquer
semelhança com outras obras de náufragos e toma rumos bem menos convencionais.
Primeiro longa do diretor holandês de animações Michaël Dudok de Wit, A
tartaruga vermelha tem o clima onírico de uma fábula e visual
surpreendente.
Contemplativo, o filme não contém falas. O som vem de poucas
interjeições e de pequenos barulhos inerentes ao ambiente, como o produzido
pelas ondas. E, também, de uma trilha sonora utilizada pontualmente. Quase
inteiramente desenhado à mão, exceto pela tartaruga, criada por computação, o filme tem belos e
detalhados cenários. Vencedor do prêmio especial do júri na categoria Um certo
olhar, em Cannes 2016, o título foi indicado ao Oscar 2017.
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