A miopia, dificuldade de enxergar à distância, atinge hoje 1 bilhão de pessoas e está piorando no mundo todo.
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O uso de óculos, corrige a dificuldade de enxergar, mas não interrompe a evolução – Reprodução |
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que em 2050
metade da população global seja míope. No Brasil, a prevalência deve passar de
27,7% em 2020 para 50,7% em 2050 conforme metanálise publicada por
pesquisadores da AAO (Academia Americana de Oftalmologia).
De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do
Instituto Penido Burnier em Campinas, a alteração miópica geralmente é
permanente. "Se nada for feito para interromper a progressão vamos ter um
aumento exponencial de graves doenças oculares", afirma. Isso porque,
explica, a miopia acima de 6 graus aumenta o risco de catarata e outras doenças
como o descolamento da retina, glaucoma e maculopatia miópica que estão entre
as principais causas de perda permanente da visão entre pessoas economicamente
ativas.
O uso de óculos, comenta, corrige a dificuldade de enxergar,
mas não interrompe a evolução do grau que é mais intensa na infância e início
da adolescência.
Tratamento
A boa notícia é que pesquisas feitas em diversas partes do
mundo mostram que a progressão da miopia em crianças pode ser interrompida mas,
quanto antes for iniciado o tratamento, melhor é o resultado. Queiroz Neto
afirma que de todos os medicamentos testados, o mais eficaz é o colírio de
Atropina na concentração de 0,01%. Em uma pesquisa realizada com crianças de 6
a 12 anos que foram acompanhadas por 5 anos reduziu em 50% a progressão da
miopia já no segundo ano e causou pouco efeito adverso: visão embaçada,
ardência e aversão à claridade.
Segundo o médico a atropina é indicada para tratar
estrabismo, uveite e irite, além de ser utilizada na paralisação de dois
músculos oculares: o esfíncter responsável pela dilatação/contração da pupila e
os músculos ciliares responsáveis pelo foco visual. É a paralisação desse
músculo, explica, que evita o aumento do comprimento axial do olho,
característico da alta miopia.
Queiroz Neto destaca que no Brasil a Atropina não é aprovada
para controlar miopia, mas pode ser usada 'off label'. Significa que o médico
pode indicar a Atropina para uma finalidade não prevista nabula como acontece
com vários medicamentos, entre eles a aspirina indicada na prevenção de
infarto.
Indicação
O consenso médico é de que para controlar a miopia a
Atropina deve ser usado uma vez ao dia por crianças de 5 a 15 anos que
apresentem aumento de 0,5 grau a cada seis meses. Significa que o colírio não é
indicado para toda criança míope. O especialista afirma que antes de iniciar o
tratamento é necessário passar por exame oftalmológico completo. Por se tratar
de uso off label os pais devem assinar uma carta de consentimento informando
estar cientes disso e de que o efeito pode não ser o esperado, como aconteceu
em outros países.
O oftalmologista adverte que a concentração de Atropina nos
colírios disponíveis nas farmácias é de 1%. Caso seja usado nesta concentração
e por tempo prolongado sem acompanhamento médico pode causar importantes
efeitos colaterais, entre eles o glaucoma.
Risco da tecnologia
Outro alerta aos pais é o abuso das telas eletrônicas. Isso
porque um estudo feito por Queiroz Neto com 360 crianças mostra que na infância
o excesso de tecnologia e esforço visual para perto provoca a miopia
acomodativa.
Trata-se de uma dificuldade temporária de enxergar à distância causada pelo stress da musculatura ciliar. Caso os hábitos não sejam modificados pode levar à miopia permanente. Por isso, a recomendação para crianças é descansar de 15 a 30 minuto a cada hora de uso do computador, videogame ou outro equipamento.
Trata-se de uma dificuldade temporária de enxergar à distância causada pelo stress da musculatura ciliar. Caso os hábitos não sejam modificados pode levar à miopia permanente. Por isso, a recomendação para crianças é descansar de 15 a 30 minuto a cada hora de uso do computador, videogame ou outro equipamento.
Outras terapias
Uma pesquisa da AAO também revela que uma hora/dia de
atividade ao ar livre, preferencialmente durante a manhã ou no final da tarde,
quando a radiação UV (ultravioleta) é mais baixa, também contribui com o
controle da miopia.
O oftalmologista explica que a exposição ao sol, estimula a produção de dopamina ocular e os neurotransmissores da retina responsáveis pela modulação das imagens. Os estudos feitos com lente ortoceratológica que aplana a córnea a noite, óculos bifocais e lentes progressiva não têm resultados expressivos sobre a miopia.
O oftalmologista explica que a exposição ao sol, estimula a produção de dopamina ocular e os neurotransmissores da retina responsáveis pela modulação das imagens. Os estudos feitos com lente ortoceratológica que aplana a córnea a noite, óculos bifocais e lentes progressiva não têm resultados expressivos sobre a miopia.
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