Surtos de gripe nos EUA, Itália e Espanha conseguiram ser antecipados em até seis semanas - graças às mensagens de 140 caracteres...
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Twitter é usado para prever Surtos de gripe
Foto: Reprodução
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Se você é do tipo que, ao sentir qualquer dorzinha no corpo
já corre para contar aos fãs do Twitter, saiba que a ciência lhe tem um
grande apreço. Ok, tudo que você posta nas redes sociais é informação, e pode
ser usado por alguém para um fim que não seja bisbilhotar a vida alheia – que
o digam os cientistas que usaram o Flickr para prever enchentes. Mas quando o
assunto é o influenza, um mero post no site do passarinho azul já pode
ligar o sinal de alerta. A partir de dados que os usuários compartilham por lá,
os pesquisadores da Northeastern University, nos EUA, conseguiram desenvolver
um método para acompanhar em tempo real o surgimento de epidemias de gripe
no país.
Testado para a detecção da gripe comum, o modelo foi capaz
de prever a evolução da doença com até seis semanas de antecedência. Esse tempo
de vantagem pode ser suficiente para que regiões endêmicas se preparem para
lidar melhor com surtos ou epidemias. Podem entrar no pacote medidas como a
criação de campanhas de prevenção e mobilização de recursos públicos – além de
dar um toque para a população lavar melhor as mãos e não ficar pegando sereno
por aí, pelo menos enquanto o vírus estiver com a corda toda.

“Temos mais casos de gripe nesse momento no Texas ou em Nova
Jersey? Em Seattle ou São Francisco? O Twitter, que consegue incluir [nos
posts] a localização fornecida por GPS, pode servir para determinar isso. Ao
observar quantas pessoas estão tuitando sobre seus sintomas ou o quão mal elas
estão por conta da gripe, podemos ver como isso afeta cada área dos EUA”, disse
Alessandro Vespignani, um dos líderes do projeto, em um pronunciamento oficial.
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Twitter é usado para prever Surtos de gripe
Foto: Reprodução
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A técnica, em si, não é nova. Outros trabalhos de
pesquisadores por todo o mundo também já propuseram o Twitter como ferramenta
para mapear o vírus da gripe. Como este, apresentado em uma conferência
chinesa, este, de pesquisadores italianos, ou este outro, também de
uma universidade norte-americana. Mas enquanto essas análises anteriores
consideravam períodos fechados de tempo para análise, o método da equipe de
Vespignani conseguiu encontrar uma forma de oferecer cobertura em tempo real –
ou bastante perto disso.

Semanalmente, a tarefa dos pesquisadores era identificar os
parâmetros-chave da doença a partir de dados que conseguissem pescar no mar de
mensagens de 140 caracteres. Depois, tinham de comparar os resultados com
informações de órgãos oficiais como o CDC, e organizações de saúde dos três
países.
Tais dados conseguiram traduzir com precisão o andamento da
doença nas últimas quatro semanas, porém os pesquisadores consideravam também
um delay de sete dias. Esse seria mais ou menos o tempo que você
levaria para se dar conta de que está meio mal, correr ao médico e ganhar o
diagnóstico de infeccção pelo influenza – para aí sim contar a novidade aos
seguidores.
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Twitter é usado para prever Surtos de gripe
Foto: Reprodução
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Analisando como evoluiam os casos confirmados, podia-se
prever o andamento da doença. Isso inclui dados como a semana em que a epidemia
iria atingir seu pico e a quantidade estimada de pessoas gripadas, com uma
precisão de até 90% – tudo isso, seis semanas antes de todo mundo estar falando
do bendito surto de gripe que está afetando o país.
Para Vespignani, a ferramenta é interessante por
possibilitar também o uso de outras fontes de dados como referência, melhorando
ainda mais os resultados. Serviços como o intranet, mapa colaborativo da
gripe que é popular na Europa, poderiam atuar nesse sentido. O fato é: ninguém
sabe dizer o que você está sentindo melhor do que você próprio. “O que está
acontecendo?”, pergunta que o Twitter propõe para seus usuários compartilharem
um status, no fim das contas, não é uma pergunta tão retórica assim.
Fontes: super Interessante/ S1 Notícias
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